quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Mini Mensagens Evangelísticas-Pr.Onésimo Ferraz

Aqui você pode baixar algumas pequenas mensagens evangelísticas, ideais pra mandar por email pros amigos, postar no twitter e compartilhar com o máximo de gente possível! Copie o link abaixo e cole na barra de endereço do seu navegador.

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Mensagens ministradas no MCS -Pr.Rildo

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dia da Bíblia -12/12/2010-Pr.Renner Fidelis

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mensagens 2010- Pra Helismênia Liah Ferraz

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Mensagens 2009- Pra Lina Fidelis

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Mensagens 2009- Pra Helismênia Liah Ferraz

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Mensagens 2008- Pra Helismênia Liah Ferraz

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Mensagens 2007- Pra Lina Fidelis

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Mensagens 2007- Pra Helismênia Liah Ferraz

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Mensagens 2010 - Pr Renner Fidelis

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Mensagens 2010 - Pr Onésimo Ferraz

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Mensagens 2009 - Pr Renner Fidelis

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Mensagens 2009 - Pr Onésimo Ferraz

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Mensagens 2008 - Pr Renner Fidelis

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Mensagens 2008 - Pr Onésimo Ferraz

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Mensagens 2007 - Pr Renner Fidelis

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Mensagens 2007 - Pr Onésimo Ferraz

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Mensagens 2006 - Pr Renner Fidelis

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Mensagens 2006 - Pr Onésimo Ferraz

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não leia a Bíblia!

Hoje celebramos o dia da Bíblia. Todo ano incentivamos a leitura completa da Bíblia, e nos alegramos com os irmãos que conseguiram isto. Mas hoje, queremos pedir que vocês não leiam a Bíblia! Não leiam a Bíblia, se...
1. Se isto for um mero dever religioso. Deus está cansado de religiosos! Veja o desabafo dele em Is 1:13-15 e em Am 5:21-24. Ler a Bíblia por obrigação religiosa entristece o coração de Deus. Ele quer que leiamos a Bíblia para conhece-lo. Então, por que cansar e entristecer o Senhor? Se você só quer religião, deixe que alguém leia a Bíblia e explique pra você. Mas... se você quer realmente conhece-lo, então, saiba que ler sua Palavra, é conhecer seu coração.
2. Se não quiser se ver como você realmente é. Ler a Palavra nos faz ver quem realmente somos (Hb 4:12-13). Então, se não quiser mudar sua vida, se estiver satisfeito consigo mesmo, não leia esse livro. Se o ler, você com certeza ficará incomodado, e algo terá que mudar em sua vida. A Palavra perturba os confortáveis e conforta os perturbados. Ler a Bíblia com coração aberto traz uma série de efeitos: mostra muitas coisas erradas em nossas vidas, mostra-nos o quanto ainda somos pecadores, o quanto precisamos de Deus... se ler a Bíblia em 2011, você provavelmente vai entrar em várias crises... mas vai ser transformado! De vez em quando alguém diz: “parece que depois que converti minha vida ficou pior, parece que tem mais coisas erradas comigo!” Não é isto, é que antes você achava tudo normal, agora, a luz do Senhor foi acesa em sua vida, e você está vendo como as coisas realmente são.
3. Se não quiser obedecer. O Deus que escreveu a Bíblia não aceita outra coisa além de ser Senhor em nossas vidas. Cada conhecimento que adquirimos em sua palavra nos torna responsáveis por obedecer. Conhecer e não obedecer é pecado (Ez 33:31-32 / Jo 14:21, 23-24). Então, se não estiver disposto a obedecer, por que se dar ao trabalho de conhecer a vontade do Senhor?
Agora, caso você se decida a ler a Palavra pra conhecer a Deus, pra ser transformado, pra obedecer, eis algumas coisas que vão acontecer com você:
1. Você vai errar menos - Mt 22:29. O cristão precisa do poder, e das escrituras. É como um trem, que precisa do motor, para andar, e dos trilhos, pra mante-lo no caminho. Nós precisamos do poder de Deus, pra andar, pra vencer, pra fazer as obras do Senhor; mas precisamos da Palavra pra nos manter no caminho certo, sem nos desviarmos ou cairmos.
2. Você vai pecar menos e se arrepender mais, ao invés de pecar tanto e se arrepender tão pouco – Mt 4:1-11 mostra como Jesus venceu o tentador usando a Palavra. Veja ainda Sl 119:9-11.
3. Você vai se pegar chorando de vez em quando por pecados seus e dos outros –Dn 9:2-6.
4. Você vai ficar irado com as coisas certas, e vai parar de se irar com as coisas erradas – Mt 21:12-13. Jesus era pura mansidão e bondade, mas ficava irado com as distorções que via na religião de seu tempo. E não poupava críticas aos religiosos!
5. Você vai ficar apaixonado pela Palavra, e por seu autor – Sl 119:97; 131;
6. Você não conseguirá evitar falar de Jesus, mas nem precisará, pois as pessoas o verão mais em sua vida – At 4:13
7. Você certamente será mais usado por Deus, e será mais bem sucedido em tudo – Sl 1:2-3
Queremos em 2011 continuar com o alvo de ler a Bíblia toda. Mas queremos fazer isto pra conhecer a Deus, pra sermos transformados, e pra obedecer a sua vontade.
Prs.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ROMANOS 16

Neste capítulo final, os leitores desatentos enxergam apenas um monte de recados de Paulo a pessoas de nomes esquisitos. Mas o que vemos aqui é um retrato do que era a igreja em seu início, com sua vida e seus problemas. Vamos dividir o assunto em dois: conexões e divisões.
Conexões
A igreja começou em uma casa. Ela se desenvolveu nas casas durante séculos. Foi somente após a oficialização do cristianismo pelo império romano que os cristãos passaram a construir templos, e o cristianismo deixou de ser um caminho, um estilo de vida de relacionamento com Jesus e com os irmãos na fé, para se tornar uma religião baseada na freqüência a eventos dentro dos templos.
No início, então, quando não havia templos, bandas, programas de TV, pastores-celebridades e eventos gospel, e quando ser cristão significava tornar-se a escória da sociedade, o que contava eram os relacionamentos. As conexões. Os cristãos viviam um relacionamento com o Espírito Santo, pela fé em Jesus, e se relacionavam intensamente uns com os outros. Viviam conectados. Viviam em comunidade. Hoje, quando a situação se inverteu, em boa parte do mundo, os cristãos transformaram o cristianismo num evento semanal. Já não somos cristãos; ficamos cristãos por duas horas, no domingo, e nos desconectamos de Deus e uns dos outros no resto da semana. Já não sabemos mais viver em comunidade.
Uma comunidade não se cria. A gente descobre uma comunidade, quando olhamos para o que temos em comum, ao invés daquilo que temos de diferente. A comunidade dos cristãos é formada por aqueles que tem Jesus como Senhor de suas vidas.
Em Rm 16, vemos as conexões da igreja nos seguintes aspectos:
1. Igrejas nas casas – aquilo que é um esforço para muitos, hoje, participar de um grupo da igreja nas casas, era a vida natural da igreja no início. Veja o verso 5.

2. Relacionamentos – Paulo cita muitos colaboradores, amigos, irmãos, pessoas que se sacrificaram por ele, gente que trabalhou pelo evangelho, que o ajudou, que o hospedou. Havia uma intensa rede de conexões pessoais. Relacionamentos eram mais importantes que eventos. Uma coisa interessante de se observar aqui é que as primeiras pessoas que Paulo cita eram mulheres. As mulheres tinham um papel muito importante em sua rede de conexões.

3. Serviço e saudações – Paulo demonstra uma ênfase muito grande em que os cristãos sirvam uns aos outros, e saúdem-se com carinho. Veja os versos 12 a 16. Onde há amor verdadeiro, as pessoas tem prazer em servir e em expressar carinho uns pelos outros. Ao mesmo tempo, fazer isto aumenta o amor mútuo.

Em nossa igreja, procuramos priorizar estas conexões. Por isto nos reunimos em células, por isto procuramos ter menos ativismo e mais envolvimento, por isto valorizamos os relacionamentos e o cuidado mútuo. A dificuldade é que lutamos com uma cultura estabelecida na cabeça das pessoas, que resiste aos relacionamentos, que teme a intimidade dos grupos pequenos, que foge do compromisso e da doação, por considerar tudo isto ameaçador e desconfortável. Somos uma geração que prefere o conforto do individualismo, da superficialidade, do egoísmo e da falta de compromisso. Queremos as bênçãos de Deus, mas fugimos da vida em comunidade.
DIVISÕES
Paulo alerta os seus leitores para o perigo das divisões (Vs. 17 a 20). Se você observar bem, esta advertência é um parêntese em sua lista de conexões. No verso 21 ele volta a falar dos relacionamentos. Então vejamos o que Paulo nos fala sobre este perigo.
Divisões são obra de pessoas. Existem “aqueles que causam divisões”. Devemos tomar cuidado com eles, e nos afastar deles. Como reconhecer pessoas que causam divisões?
1. Elas colocam obstáculos ao ensino. O Novo Testamento Judaico diz assim: “tomem cuidado com quem causa divisões e arma laços ao lado do ensino em que vocês foram treinados”. A versão The Message coloca que “eles tiram pedacinhos do ensino que vocês aprenderam e os usam para causar problemas”. Elas não se alinham com o ensino da liderança, e atrapalham os outros tirando coisas do contexto e colocando seu foco nas dificuldades do ensino.

2. Elas estão concentradas em realizar seus próprios desejos, mais do que servir a Cristo, o Senhor. Seu objetivo na igreja é conseguir o que querem, não o que Deus quer.

3. Elas usam palavras suaves e bajulação. São mestres em seduzir os ingênuos. Enganam os outros com suas palavras que parecem boas, mas são mal intencionadas. J. B. Phillips traduz o final do verso 18 assim: “com seus argumentos plausíveis e atraentes, elas enganam aqueles que são ingênuos demais para perceber o que fazem”.

Paulo finaliza sua advertência dizendo que o cristão deve ser sábio para o que é bom, e sem malícia no que é mau. Este é um grande desafio para nós, também, pois vivemos em um mundo cheio de malícia. Facilmente podemos ser o contrário, muito maliciosos e com pouca sabedoria das coisas boas. J. B. Phillips traduz o final do verso 19 assim: “Quero vê-los especialistas no bem e nem mesmo principiantes no mal”.
O apóstolo sabe que por trás de toda divisão e maldade está a ação de satanás. Por isto encerra o assunto, no verso 20, com aquilo que precisamos: vitória sobre o inimigo e a graça do Senhor. O Deus da paz é colocado em contraste com o autor da divisão, da contenda, o qual será esmagado debaixo dos pés da igreja.
A carta aos romanos é finalizada com uma expressão de adoração a Deus. Assim deveríamos encerrar todas as nossas realizações: dando glória ao único Deus!

Pr.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ESTUDO DO LIVRO DE ROMANOS

Estudaremos nas próximas semanas a carta de Paulo aos Romanos. Ela é um resumo do Evangelho e de toda a Bíblia. A carta de Paulo aos Romanos, como um todo, pode ser dividida em duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a 11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo desenvolve de forma soberba seu tema de que o justo viverá pela fé, ou seja, aqueles que Deus considera quites com sua justiça, devem viver pela confiança em Cristo, deixando para a parte prática recomendações de santidade.
Vejamos os capítulos 1 e 2, com alguns comentários:
1:1 – Servo de Jesus: escravo. Poucas pessoas entendem hoje o que significa ser um servo ou ministro de Cristo: significa literalmente ser um escravo, à disposição dele para qualquer serviço, em qualquer hora e lugar. É assim que o apóstolo Paulo se vê. E nós?
1:16-17 – este é o tema da carta. Justificação pela fé. “Não me envergonho”: tenho orgulho.
Os versos 19 a 31 do cap. 1 são o resumo da história da humanidade.
21 Nem lhe deram graças. Um dos sintomas do afastamento de Deus é a incapacidade de reconhecer nele a autoria das bênçãos. Tornam-se arrogantes e autônomos. Seu coração se obscurece. 22 Distante de Deus, o homem tem a tendência de se achar sábio, sem perceber sua loucura. 23 Da adoração do Deus eterno, passam a servir a objetos, astros, e até mesmo a répteis, e não se dão conta do ridículo dessa situação. Acham que isso é sabedoria. 24 “Entregou”. Afastou-se. Deixou que os fatos sigam seu curso. C.S.Lewis disse uma vez que “os perdidos gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão escravizados por si mesmos”.
26-31 – uma lista de pecados que tornam o ser humano digno de morte, de acordo com a justiça de Deus. Se o critério for a “verdade” de cada um, essas coisas podem ser apenas opções, ou talvez desvios de conduta, mas na verdade de Deus, são pecados.
O capítulo 2 começa declarando que os que se fazem juízes dos outros são tão culpados quanto os que condenam.
O verso 4 contem uma importante verdade, a de que nosso arrependimento é produzido pela bondade de Deus.
No capítulo 2, dos versos 6 até o 29, Paulo discorre sobre a justiça de Deus e seus critérios pra julgar os homens. Deus irá julgar segundo a verdade (2), segundo os atos (6-11) e segundo o nível de revelação de Deus (12-15). Ele já havia deixado claro que Deus se revela aos homens pela natureza (1:20), pela Lei – ou seja, por sua Palavra (2:18) e pela consciência (2:14-15). No final de tudo, porém, o critério de justiça de Deus não é nada menos que Jesus Cristo (2:16).
O argumento de Paulo é que toda a humanidade é controlada pelo pecado, e se alguém tiver que ser salvo, será pela misericórdia de Deus, que proveu o Salvador.
LEIAM Rm 1 a 5 durante a próxima semana.
ROMANOS 3 a 5
Vimos como Paulo mostra que Deus se revela a toda a humanidade, e que nenhum ser humano escapa dos critérios de justiça de Deus. Nem os pecadores, nem os que se julgam santos. A Lei nivela a todos, obedientes e desobedientes, como pecadores, que só podem ser justificados pela iniciativa do Deus que é justo, e bom. O apóstolo introduz isto logo no início, no capítulo 1, versos 16 e 17: Deus tem poder pra salvar com justiça àqueles que crêem.
Todos são pecadores, ninguém é justo (3:10-12)
A lei não justifica ninguém, ela só mostra o quão pecadores somos, e o quanto necessitamos de um Salvador (3:20-24). Interessante observar que a Lei transforma o pecado em transgressão (4:15). Ou seja, antes da Lei, havia pecado, mas quando Deus diz “não farás”, quem faz, além de pecar, está transgredindo, quebrando um mandamento, desrespeitando um limite.
3:28 – aqui Paulo afirma que o homem é justificado pela fé, não pela obediência à Lei, e passa a desenvolver este argumento. Veremos isto com mais profundidade mais à frente.
Precisamos agora entender algumas palavras teológicas que aparecem em Romanos:
3:24 – justificação: no sentido negativo significa que alguém não é culpado, e no sentido positivo Deus o declara justo, e isto é creditado (palavra que aparece várias vezes na epístola) a nós por causa de Cristo, o inocente que morreu pelo pecador. Deus considerou Cristo culpado na cruz, creditando a ele nosso pecado, e hoje nos considera justos, creditando a nós sua santidade.
Redenção: resgate de escravos. Significa que alguém vai ao mercado de escravos, compra um escravo e lhe dá a liberdade. Jesus pagou o resgate por nossas vidas com a única moeda que poderia comprar nossa liberdade: o sangue de um inocente!
3:25 – propiciação. Um sacrifício que aplaca a ira justa de Deus. No velho testamento, animais eram mortos para aplacar a ira de Deus, e evitar que os homens morressem. Mas esses sacrifícios eram apenas símbolos do verdadeiro sacrifício que ainda viria (e hoje já veio!), que era o do Cordeiro de Deus, Jesus. Quando Jesus morreu, Deus mesmo estava fazendo um sacrifício, não de um animal, mas de seu próprio Filho, para que fôssemos perdoados.
O caso de Abraão, apresentado no capítulo 4, é um exemplo de como Deus justifica pela fé, pois Abraão foi considerado justo antes da circuncisão, e da Lei, por causa de sua fé, como mostram os versículos 9 a 12.
O Deus da ressurreição: precisamos fazer um parêntese para apreciar a beleza e o impacto do verso 17 do capítulo 4!
Cap. 5 – 1 a 11: nossa história. Como Deus nos amou, hoje temos paz com Ele, e podemos nos alegrar, nos gloriar nas tribulações; não por causa delas (isto seria masoquismo), mas nelas, porque entendemos que Deus está trabalhando a nosso favor em tudo. Nós não vivemos um otimismo barato que decepciona, mas uma esperança bem fundamentada em nossa fé no amor do nosso Deus.
Aqui tem outra palavra importante: reconciliação. Antes éramos inimigos de Deus, agora somos amigos!
5:12 a 21: contraste entre Adão e Cristo, resumidos nos versos 12 e 18. Adão pecou e nos legou o pecado e a morte, Cristo nos justificou e trouxe vida a todos os homens (os que crêem, óbvio).
O capítulo 5 termina, com os versos 20 e 21, enfatizando que não importa quão abundante seja nosso pecado, a graça (favor imerecido, Deus nos dando o que não merecemos) é ainda mais abundante. Com isto, Paulo prepara o terreno para o que veremos a seguir.
LEIAM OS CAPÍTULOS 6 a 8 ATÉ PRÓXIMO DOMINGO.
ROMANOS 6 e 7
O capítulo 6 começa com a pergunta óbvia para a lógica humana: se onde o pecado aumenta a graça transborda, quer dizer que podemos pecar à vontade então, pois sempre seremos abençoados pela graça? Paulo responde a esta pergunta carnal com veemência, introduzindo um novo conceito teológico importantíssimo: o da inclusão. Ele explica que, pela fé, não apenas fomos justificados, redimidos e reconciliados com Deus, mas fomos incluídos na morte e na ressurreição de Jesus. É esta a simbologia do batismo (vs: 2-6): morremos, somos sepultados e ressuscitamos para uma nova vida! Ora, se morremos para a velha vida, então não devemos mais nada a ela. O verso 2 argumenta: não podemos mais viver pecando, pois morremos pra o pecado! E no verso 11, Paulo arremata: “considerem-se (saibam que vcs estão) mortos para o pecado, mas vivos para Deus”!
Ao longo do capítulo 6, Paulo ilustra seu ensino com dois exemplos: o da escravidão, e o do casamento.
Para começar, leiamos o verso 14, onde o apostolo deixa claro que não estamos debaixo da lei, mas da graça, por isto o pecado não nos dominará. E então, ele começa a usar a metáfora da escravidão. No passado, éramos escravos do pecado, e colhemos apenas dor e vergonha, como fruto de nosso procedimento. Agora, porém, somos escravos da justiça (18). Enfim, trata-se de uma escolha de a quem vamos obedecer: o pecado, ou a obediência a Cristo. Se escolhermos o pecado, temos um salário garantido: a morte. Se porém escolhermos obedecer a Deus, ganharemos um presente maravilhoso: a vida eterna (23)!
No capítulo 7, Paulo, ansioso por deixar estas verdades bem claras, usa outro exemplo bem poderoso aos que conheciam a lei de Moisés: o casamento. Nos versos 1 a 6 ele demonstra como ao crer, morremos para a Lei, ou seja, não estamos mais ligados a um cônjuge tão cruel e inflexível (a Lei), mas a um novo marido, maravilhoso, libertador, que é Cristo. Tentar ser santo e agradar a Deus através da Lei é tarefa impossível, como todos nós já percebemos; mas com Cristo sendo Senhor em nossas vidas, somos finalmente livres para sermos santos, não mais pelo esforço próprio, mas pela atuação do Espírito de Cristo em nós. É realmente como ficar viúvo de um cônjuge mau e escravizador, e casar com uma nova pessoa que é exatamente o oposto!
Bem, isto leva o leitor a outra conclusão que é simplesmente lógica: então a Lei é uma coisa horrível, afinal por que Deus a inventou?! Paulo prevê e refuta este raciocínio nos versos 7 a 14. Resumindo, ele diz que a Lei é boa, é justa, é santa e é espiritual, afinal, sabemos que a lei reflete o caráter do legislador. A Lei veio mostrar o que é o pecado (7). Mas nosso problema é nossa natureza pecaminosa, o pecado que habita em nossa mente e corpo, nossa carne, que foi posto em realce pela Lei (vs 8-11). Aqui Paulo explica aquilo que todos nós já sabemos: nós somos irresistivelmente atraídos pelo que é proibido! Todos temos exemplos disto, não é?
Paulo termina o capitulo 7, nos versos 14 a 24, com um desabafo que é, em minha opinião, muito consolador pra todos nós. Ele confessa que não consegue fazer o bem, mas acaba fazendo o mal que não quer. Ora, o apóstolo que todos admiramos, era gente como nós! Você não está sozinho nesta luta, meu irmão! Observe a angústia de Paulo neste texto, e veja se não parece uma descrição de sua própria vida nos últimos dias...
Esta dualidade entre bem e mal no íntimo do homem nos faz lembrar de tantas histórias que a humanidade conta, pra tentar explicar isto. Temos exemplos nas mitologias, na literatura clássica, na cultura pop. Pense em o Médico e o Monstro, pense no Lobisomem, no incrível Hulk... boas pessoas, gente instruída e desejosa de fazer coisas boas, mas que tem dentro de si um monstro, e que com certos estímulos, vem à tona, e fazem coisas horríveis, trazendo grande sofrimento pra todos. Estas narrativas são tentativas humanas de explicar o que Deus está falando aqui.
Mas de todas estas histórias, minha preferida é a da Bela e a Fera. Este conto de fadas nos diz que um belo príncipe, por causa de um ato egoísta, caiu debaixo de uma maldição, e tornou-se uma fera horrível, condenado a viver assim, recluso e odiado por todos, a não ser que ganhasse um beijo de amor verdadeiro. Um dia, aparece uma bela moça, a qual ele maltrata, mesmo a admirando e desejando, e no final, ela se apaixona por ele, dá-lhe um beijo de amor, e a maldição é quebrada. Todos os que viviam no castelo, e que também estavam amaldiçoados, e até as plantas e animais, voltam a desfrutar liberdade e alegria. A fera volta a ser um belo príncipe, que se casa com a Bela, e os dois são felizes para sempre.
O que teria acontecido se a Bela não tivesse aparecido? Ou se tivesse desistido de Fera, por causa de seu mau aspecto, e de sua brutalidade? O que seria de nós, se Jesus, nosso lindo Salvador, não tivesse aparecido em nossas vidas, ou se tivesse desistido de nós? Quantas vezes lhe demos razão para isto... nós éramos a Fera, e Jesus é nossa Bela. Ele veio até nós, e em nosso pior momento, quando estávamos debaixo de maldição, irreconhecíveis por causa do pecado, brutos e ignorantes, e nos amou! Seu toque de amor, seu beijo de salvação, sua vida derramada por nós finalmente nos libertou, e nos capacitou a voltar a ser príncipes e princesas de Deus, para sua glória! Aleluia!!!
ROMANOS 8
O capítulo 8 de Romanos é o ponto alto da epístola. Os capítulos anteriores preparam pra ele, e os restantes, que tratam da conduta do cristão, usam-no como alicerce. Como este capítulo trata da vida no espírito, os capítulos que se seguem, e que tratam da conduta, pressupõem que o cristão é capaz de viver em santidade, não mais por causa da lei, mas por causa do Espírito que nele habita.
O capítulo começa afirmando que, se estamos em Cristo, já não há mais condenação pra nós. Estamos livres, por causa de Cristo! Os versos 3 e 4 explicam que aquilo que a lei não foi capaz de fazer (produzir justificação e vida), Cristo fez, ao viver uma vida semelhante à nossa, mas sem pecado, e ser oferecido como oferta por nosso pecado. Em Cristo, podemos ser livres daquela contradição que Paulo mostra no final do capítulo 7, e da nossa escravidão ao pecado.
A partir daqui, Paulo faz o contraste (vs 5-8) entre a vida na carne (na força humana, sem a dependência de Deus) e a vida no espírito (aquela que é vivida na dependência do Deus que vive em nós).
Viver segundo a carne é colocar a mente no que a carne deseja; viver no espírito é colocar a mente no que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é inimiga de Deus e produz morte, enquanto a mentalidade do Espírito produz vida e paz. Quem vive na carne não pode agradar a Deus. Lendo Rm 8:8 junto com Hb 11:6, aprendemos que um dos aspectos da carnalidade é a incredulidade. É viver preso ao mundo dos sentidos, é não dar crédito ao que Deus diz, e ao que o Espírito Santo nos guia. Veja uma descrição de Paulo sobre o andar por fé em II Co 5:7.
Paulo explica que estar sob o domínio do Espírito é a condição para ser de Cristo e também a chave para viver por Ele. Na verdade, é o Espírito quem garante que somos de Cristo (v. 9); ele é a garantia de que seremos ressuscitados e transformados (v.11); é pelo Espírito que vencemos os desejos pecaminosos de nosso corpo (v.13); é o Espírito quem nos guia em nosso relacionamento com Deus (v.14); é o Espírito que nos assegura que somos filhos de Deus, e herdeiros dele, e nos dá a intimidade de viver sem medo, e chamá-lo de Aba (vs. 15-17); e pulando alguns versículos, é também o Espírito de Cristo quem nos capacita a orar (v. 26)!
Os versos 18 a 25 mostram que não é apenas a humanidade que sofre com o cativeiro imposto pelo pecado, mas toda a criação. A criação geme, aguardando que nós, os filhos de Deus, sejamos revelados. Isto se aplica literalmente ao momento de nossa ressurreição, mas podemos também imaginar o quanto o mundo precisa que nós, os filhos de Deus, vivamos a vida que o Filho Jesus viveu.
A partir do verso 28, Paulo enumera as maravilhas decorrentes do fato de sermos filhos de Deus. Este é o ápice do capítulo, e provavelmente de toda a Bíblia. Mas começa com um dos versos mais citados, e mais mal interpretados de toda a Bíblia. É comum as pessoas, diante de qualquer situação, “citarem” Rm 8:28 mais ou menos assim: “bem, irmão, tudo coopera”. Espera aí! A condição para que tudo coopere para o seu bem é que você seja um dos que foram chamados segundo o propósito do Senhor, e tenha respondido a este chamado, tornando-se um dos que o amam!
Junto com Rm 8:28, temos também o verso 37, como um dos campeões de citações distorcidas. As pessoas costumam citar Rm 8:37 pra se autodeclararem como mais que vencedoras, geralmente nas áreas que as interessam, como vida profissional, finanças etc, desejando uma vida sem problemas. Mas note que Paulo diz que somos mais que vencedores “em todas estas coisas”. Que coisas? As dos versículos 35 e 36! Antes de concluir, quero mostrar mais um texto que é muito distorcido: Fp 4:13. Tudo posso naquele que me fortalece não significa que serei sempre o número 1, o que está por cima, o que não tem problemas, nem muito menos que posso fazer o quiser. Significa que posso passar por tudo que está em Fp 4:12!
Voltando a Rm 8, o verso 29 afirma que fomos chamados para sermos semelhantes a Jesus! Sermos conformes à sua imagem, significa tomarmos a forma dele, sermos como ele. Esta é a razão de tudo que vivemos, de tudo que Deus está fazendo em nós: ele deseja que sejamos como seu filho!
Terminaremos lendo os versos 38 e 39, a maior declaração de amor que Deus poderia fazer a nós: nem a morte, nem a vida, nem anjos ou demônios, nem o que vivemos hoje, nem o ainda virá, nem qualquer poder ou coisa na criação poderá nos separar do amor dele, em Cristo! Que segurança temos! Nenhum relacionamento, nada nem ninguém pode ser tão estável e seguro!
LEIAM ROMANOS 9 a 11
ROMANOS 9 A 11
Este é um dos trechos mais complexos de toda a Bíblia.
O capítulo 9, se mal interpretado, se lido superficialmente, e tirado de seu contexto, pode levar alguém a acreditar que Deus arbitrariamente escolhe alguns pra serem salvos e outros para se perderem.
Paulo começa dizendo que se fosse possível, ele até abriria mão de sua salvação para salvar o povo de Israel. Somente ele e Moisés expressam este tipo de amor a seu povo em toda a Bíblia, além de Cristo, é claro (Ex 32:32). Mas Paulo mostra afinal que Israel perdeu o propósito de Deus porque rejeitou o Messias, Cristo, e confiou em suas obras, na prática da lei, para serem aceitos por Deus (9:30-33). Este é o tema da carta, a justificação pela fé versus a justiça da lei. Portanto, fica claro que, embora Deus faça escolhas em seus propósitos para com a humanidade (por exemplo, Ele escolheu Israel como seu povo no AT) porque Ele é soberano, e não tem que explicar nada a ninguém, mas também fica claro que as escolhas de cada indivíduo, e de cada nação, é que determinam de fato seu relacionamento com o Senhor (10:3).
Uma coisa precisa ficar claro: Paulo demonstra em Romanos que toda a humanidade (judeus e gentios) é pecadora, e portanto, merecedora da ira de Deus. Ao mostrar misericórdia a alguém, Deus está dando algo não merecido, e isto é prerrogativa dele. Não mostrar misericórdia a alguém é simplesmente deixar este alguém em sua condição natural, não é injustiça da parte de Deus.
No capítulo 10:1-2, Paulo mostra como orava e desejava a salvação de seu povo, que tinha zelo por Deus, mas de forma errada. Ora, o próprio Paulo no passado fora assim, zeloso da maneira errada. Esta é uma lição importante pra nós, que pertencemos a um povo que também é bastante religioso, zeloso das coisas espirituais, mas de formas tão erradas! Será que amamos e oramos por nossa nação como Paulo fazia pela sua?
No capítulo 10, versos 9 e 10 encontramos a fórmula da salvação: crer e confessar o Cristo ressuscitado como Senhor!
Os belos versos 14 e 15 enfatizam a necessidade de pregarmos o evangelho, de dar a oportunidade a todos para que nele creiam. Entretanto, Paulo alerta para o fato de que nem todos crerão, assim como Israel não creu, e mais uma vez justifica porque eles foram rejeitados por Deus: por causa de sua incredulidade (vs. 16 e 21). Entretanto, o apóstolo deixa claro que nem todos foram rejeitados, apenas os que não creram (11:1-6); e mais, Paulo explica que o fato de os judeus rejeitarem o Evangelho abriu a oportunidade pra nós, gentios, o conhecermos, e mostra que nossa salvação está baseada nas promessas feitas a eles, como se eles fossem a raiz de uma planta, e nós, ramos que foram enxertados (17-24). Esta analogia deixa claro também que nós, os que cremos, se não permanecermos na bondade do Senhor, também seremos cortados, assim como os que foram cortados, se abandonarem a incredulidade, podem ser enxertados novamente. Mais uma vez se confirma que a escolha do homem é que determina seu destino, já que o propósito de Deus pra todos é o que está em 11:32. Em Atos vemos como Paulo começou seu ministério priorizando os judeus, mas estes, de modo geral, rejeitaram o Evangelho. Então o apóstolo voltou-se para os gentios (At 18:6 / 28:28).
É interessante observar que em 11:12-15, Paulo se dirige a nós, gentios, os não-judeus, pra chamar nossa atenção para o fato de que se a rejeição de Israel trouxe bênção pra nós, imagine então quando eles crerem em massa no Evangelho! Se um pequeno número de Israelitas que creram já trouxe o evangelho pra tanta gente, imagine se a nação se convertesse!
O relacionamento de Deus para com Israel é resumido em 11:28-29. Paulo mostra que por não crerem no Evangelho, os judeus são inimigos, e isto por nossa causa, isto é, a rejeição deles abriu a porta da graça pra nós; mas quanto à eleição, eles são amados de Deus por causa dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, de quem são descendentes, pois Deus os escolheu, e seu chamado e seus dons são irrevogáveis! Este é um princípio válido para todos nós, ou seja, o chamado e os dons de Deus são irrevogáveis em nossas vidas também.
O capítulo 11 termina com o hino de adoração de Paulo, que não se contém, e exalta a maravilhosa sabedoria do Senhor, que é a fonte, a sustentação e o fim de todas as coisas.
Ler o capítulo 12.















ROMANOS 12:1-2
Chegamos à parte prática da carta de Paulo aos Romanos. O capítulo 12, que veremos hoje, é uma lista de orientações práticas para a vida cristã. Ou seja, coisas que devemos fazer no dia-a-dia.
v.1 – portanto – esta simples conjunção faz a ligação da orientação que virá com aquilo que Paulo acaba de dizer. Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus – que misericórdias? Aquelas descritas em 11:30-32, e em toda a carta. Tudo que Deus tem feito por nós. Portanto, por causa destas misericórdias, por causa do amor imenso do Senhor, é que devemos fazer o que virá a seguir.
v.1-2 – uma boa estratégia para entender melhor estes dois versículos famosos, é lê-los de forma invertida, assim: para que vocês experimentem a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, o que só é possível se vocês se oferecerem a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável, que é o seu culto racional.
A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Que coisa maravilhosa! E como temos dificuldade pra crer nisto... vivemos em um mundo onde não existe nada assim, com estas três características. Se um vendedor batesse à nossa porta e nos oferecesse um produto que é bom, perfeito e agradável, nós daríamos uma bela risada e perguntaríamos qual é o truque! E como é comum que os crentes tenham medo de se entregarem completamente à vontade de Deus! É como se em nosso inconsciente coletivo, a vontade de Deus na verdade fosse má, imperfeita e desagradável! Ou, na melhor das hipóteses, achamos que a nossa própria vontade é melhor que a dele... precisamos tomar a decisão de nos arrepender disto, e ter coragem de crer que o Senhor é bom, e que sua vontade é boa, perfeita e agradável. O Novo Testamento Judaico traduz agradável como “fadado ao êxito”.
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente. Podemos inferir desta ordem do Senhor que existem dois tipos de crentes: os que tomaram a forma do padrão deste mundo, e os que estão se transformando. Quanta coisa precisamos aprender do Senhor aqui!
Primeiro, precisamos entender que o padrão deste mundo está em conflito direto com o Senhor. Amoldar-se ao padrão deste mundo é tornar-se algo que Deus odeia. É amar o inimigo de Deus (Tg 4:4). É acolher os valores e princípios que regem nossa geração, que são contrários aos valores de Deus. É achar normal o que Deus chama de abominação, e não dar valor ao que Deus diz que é importante.
Segundo, para não deixar o mundo nos moldar (colocar em um molde, pra dar a forma desejada), precisamos então nos transformar. A palavra traduzida por transformação, aqui, é a mesma usada em Mt 17:2, na transfiguração de Jesus; é a glória de Deus transformando o homem. A idéia de transformar, no original, é na verdade “sejam transformados”. Isto significa que devemos nos deixar transformar pelo Senhor. Como? Renovando nossa mente. A chave é a sua maneira de pensar. São os seus valores e idéias. São os seus pensamentos. Então, você precisa decidir o que vai moldar sua mente, o que vai fazer sua cabeça: as idéias e valores do mundo, ou as idéias de Deus, que estão em sua Palavra.
A dificuldade em renovar nossa mente é que passamos muito tempo, em alguns casos décadas, aprendendo a pensar como o mundo pensa. Somos como um computador que foi programado com um monte de programas errados, e que agora precisa ser reprogramado. E como não dá pra formatar, apagar tudo de uma vez e substituir de uma vez todos os programas – Deus é bom, ele sabe que não suportaríamos isto – então precisamos entrar em um processo de transformação que vai durar a vida toda, e que é uma cooperação entre o homem e Deus. Deus entra com a nova maneira de pensar, e o homem entra com a disposição de aprender, de se deixar mudar. Logo após o novo nascimento, percebemos que muitas coisas que pensamos estão erradas. Descobrimos que vamos ter que rever muita coisa que até então era normal. E é aí que começa o processo de transformação. Qual é novo “programa” que devemos colocar em nosso “computador”? A Palavra de Deus. É por isso que precisamos ler, ouvir, estudar, meditar, decorar a Palavra. Para que sejamos transformados. A velocidade e a profundidade dessa transformação depende da resposta da pessoa ao agir do Espírito Santo, de sua intensidade e desejo de ser transformado.
Sacrifício vivo, santo e agradável – é muito mais fácil amoldar aos padrões do mundo do que ser transformado. Isso porque o mundo está nos rodeando o tempo todo, através da mídia, das conversas, do que vemos e ouvimos em todo lugar. Já os valores de Deus precisam ser captados em sua presença e sua Palavra. E embora seja o Senhor quem nos transforma, precisamos decidir e cooperar com Ele. Este processo de transformação é geralmente chamado de santificação. E por não ser nada fácil, é chamado de sacrifício! Se quisermos realmente oferecer um culto que agrade a Deus, precisamos ser o sacrifício. Um sacrifício que se oferece por vontade própria. Que a cada dia morre um pouquinho pra si mesmo, por amor ao Senhor. Nossa mente não vai aceitar assim tão fácil ser transformada; é preciso entregá-la a Deus em sacrifício!
Vamos terminar estes comentários lendo Rm 12:1-2 na versão The Message (A Mensagem, ainda não traduzida em português):
Então aqui está o que eu quero que vocês façam, com a ajuda de Deus. Peguem o seu dia-a-dia, sua vida normal – seu sono, sua alimentação, seu trabalho e lazer – e coloquem diante de Deus como uma oferta. Abraçar o que Deus faz por vocês é a melhor coisa que vocês podem fazer por ele. Não fiquem tão bem ajustados à sua cultura a ponto de caber nela sem sequer pensar. Ao invés disso, coloquem sua atenção em Deus. Vocês serão mudados de dentro pra fora. Prontamente reconheçam o que Ele quer de vocês, e respondam rapidamente a isto. Ao contrário da cultura ao seu redor, sempre puxando vocês para o seu nível de imaturidade, Deus traz à tona o melhor de vocês, desenvolve uma bem formada maturidade em vocês.
Quantos de nós realmente desejamos ser transformados, para conhecer a vontade de Deus? Então, precisamos decidir nos oferecer completamente a Ele, como sacrifícios vivos, santos e agradáveis, para que Ele possa nos transformar.

Rm 12:3-8
Domingo passado estudamos os dois primeiros versículos de Romanos 12. Hoje daremos sequência neste maravilhoso capítulo.
A partir do verso 3, Paulo introduz o ensino do Corpo de Cristo. Aprendemos nos versos 3 a 8 muitas verdades preciosas:
Deus deseja que tenhamos uma auto-imagem equilibrada. Geralmente as pessoas ou se acham mais importantes do que realmente são, ou então não conseguem perceber sua verdadeira importância, vivem se diminuindo. Preciso entender que não sou o centro do universo, não sou o maior, não sou o melhor, não sou a última coca-cola do deserto! Quando pensamos assim, abrimos espaço pra toda sorte de conflitos no meio da igreja. Mas também preciso ver que sou único e especial, e fundamental para os planos de Deus! Paulo ensina que devemos ter um conceito equilibrado de nós mesmos. Isto só é possível quando nos vemos como Deus nos vê: como parte integrante do corpo de Cristo.
De acordo com a graça, temos diferentes dons. Já ensinamos em outra ocasião sobre os dons, e este assunto é matéria no Caminho da Liderança, portanto não vamos entrar em detalhes quanto aos dons. Mas vamos destacar que Paulo ensina a necessidade de exercermos nossos dons com intensidade e dedicação. Em outras palavras, não pode haver omissão ou relaxamento quanto a isto; o que Deus nos habilitou para fazer, deve ser feito da melhor maneira possível!
Verdades sobre o corpo de Cristo:
Todos somos membros.
Estamos ligados à cabeça e uns aos outros. A cabeça coordena a todos.
Todos são importantes – até as unhas, os cílios, glândulas lacrimais, as orelhas...
Há membros mais bonitos e aparentemente mais importantes, e há outros que nem o corpo sabe que existem, de tão ocultos, mas que são igualmente importantes (pense no labirinto, escondido dentro do ouvido; muitos só descobrem que ele existe quando descobrem que estão com labirintite, e estão com problemas de equilíbrio).
Quando um membro deixa de funcionar, ele sobrecarrega a outros, e prejudica o corpo. Exemplos: Você já quebrou um dedo mínimo? O mau funcionamento de um rim provoca sobrecarga e dor no outro; sabia que os surdos têm dificuldade de memória?
Na vida da igreja:
• Uma das pragas da pós-modernidade, a época em que vivemos, é o individualismo. Deus deseja que vivamos ministrando uns aos outros, e juntos ministrando ao mundo, cada um com suas habilidades e possibilidades. NÃO VIVA ISOLADO!
• Todos devem funcionar, cooperando em amor para a edificação do corpo. Sua omissão é a sobrecarga de outro. Ninguém fará tão bem o que era para você fazer!
• Todos são importantes. Se o corpo não te reconhece, talvez nem te vê, a Cabeça sabe que você existe, te ama e reconhece sua importância.
• Não seja independente. Para funcionar bem, você precisa de outros membros.
• Não queira ser o que você não é. Isto só traz frustração. Exemplo: mão esquerda querendo atuar como mão direita.
• Todos têm função. Qual é a sua? Deve ser algo que flui naturalmente, que traz edificação para o corpo. Nosso problema é estarmos por demais acostumados com os “ministérios” e cargos da instituição, e por isto só querermos atuar em funções oficiais e reconhecidas. “Se eu não puder pegar um microfone, então não sou útil na igreja... não há espaço para meu ministério...” O grande problema por trás disto: dicotomia entre clero e leigos, e entre secular e sagrado. Não existem superstars no corpo. Existem sacerdotes.
• Qualquer que seja o seu lugar no corpo, foi Deus quem o pôs aí, e te capacitou para atuar em prol do corpo. Antes de você nascer, Deus já o conhecia e tinha um lugar para você atuar (Jr 1:5). Toda a sua história de vida, suas experiências, formação, gostos, habilidades, talentos, conhecimento e capacitações sobrenaturais, e até mesmo suas experiências negativas e sofrimento contribuem para o propósito de Deus em sua vida. Biblicamente, toda habilidade positiva humana vem de Deus, é santa e deve ser usada para sua glória (veja o famoso caso de Êxodo 35:30-35). Não servimos a Deus e aos irmãos só com os dons espirituais.

Para terminar, o verso 8 diz “que o faça com alegria”. A versão The Message diz “mantenha um sorriso no rosto”. Como é importante que tenhamos alegria no que fazemos pra Deus! Que decidamos nos alegrar pelo privilégio que é poder ser útil em suas mãos, e não transformar o ministério em um peso, uma coisa que fazemos gemendo, murmurando...

Que possamos hoje agradecer a Deus por nos dar um lugar no corpo, e renovar nosso compromisso de servi-lo, e servir uns aos outros, com a graça que nos é dada!

Próxima semana terminaremos o capítulo 12!



Rm 12:9-21
Estes versos são uma série de mandamentos práticos para a vida no corpo. A vida cristã é plural, não tem jeito de você ser cristão sozinho, este não é o plano de Deus pra você.
V 9 – amor sincero. Sem hipocrisia, sem fingimento, sem máscaras. Muitas pessoas procuram os pastores e confessam: “não consigo amar certa pessoa”! Paulo nos ensina algumas chaves para amarmos uns aos outros no final do verso 9 e no 10.
1ª chave: Odeiem o que é mau, apeguem-se ao que é bom. É assim que Deus age, ele odeia o pecado, mas ama o pecador. Da mesma forma, a primeira chave para amarmos uns aos outros, é aprender a separar o que é mau do que é bom, ou seja, odiar o pecado em nossa vida, e na vida dos irmãos, mas amar as pessoas, pois estas são criadas à imagem de Deus. Nós muitas vezes temos dificuldade de amar alguém por causa de comportamentos errados, e confundimos o comportamento com a pessoa.
2ª chave: dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Ou seja, vejam-se como irmãos. Isto nos fala de aceitação. De aceitar o irmão como ele é, até que o Senhor o mude. É o que se faz em família, a gente aceita uns aos outros.
3ª chave: dê a preferência! Coloque os outros em primeiro lugar. Tire os olhos de si mesmo, e aprenda a prestar atenção aos outros, suas necessidades, seus anseios, viva para servir, não para ser servido. Isto é amor.
V 11 – servir ao Senhor tem que ser com intensidade. Você precisa estar fervendo! Esta é uma oração pra fazermos todo dia: “Senhor, faça-me fervoroso de espírito, livra-me de ser morno ou frio, aquece-me enquanto sirvo ao Senhor”. Infelizmente há muita gente por aí servindo a Deus de maneira relaxada, sem intensidade, sem zelo, fazendo menos do que o mínimo. Não percebem que estão servindo ao Senhor.
V 12 a 21 – orientações práticas para os relacionamentos. Coisas que se você fizer, vai viver bem melhor, e vai fazer as pessoas ao seu redor sofrerem bem menos!
1. Alegre-se, seja esperançoso, seja paciente quando estiver sofrendo e nunca pare de orar!
2. Seja generoso. Compartilhe. Acolha. Hospede.
3. Decida usar sua boca para abençoar. Já tem gente demais amaldiçoando por aí...
4. Seja condescendente. Esta palavra significa descer para estar com alguém. Ou seja, ao invés de querer que todos se adaptem a você, adapte-se aos outros. Aprenda a celebrar junto com o irmão que está feliz, e a chorar com o que está sofrendo. Muitas vezes fazemos o contrário: ficamos tristes quando vemos um irmão alegre e nos alegramos no íntimo quando o vemos sofrer! Não seja o sabichão, nem considere-se melhor do que os outros. Aprenda a “descer do salto” e associar-se com irmãos diferentes, eles tem muito a ensinar!
5. Quanto aos conflitos: eles vão acontecer! Então, aprenda a desistir da vingança. Esta é prerrogativa de Deus. Ao invés de querer acertar as contas, procure fazer o que é certo, e no que depender de você, viver em paz. Paulo coloca esta condição, porque às vezes, por mais que você se esforce, há pessoas que não querem a paz. Então, que não seja você o causador do conflito. A verdade tanto une, como divide. Em alguns momentos da vida, é preciso ter coragem para romper relacionamentos, em favor da verdade. Mas sempre numa atitude de humildade, e não de vingança ou agressividade. Em Provérbios 16:7 há uma promessa maravilhosa do Senhor a este respeito.
6. O verso 20 é uma citação literal de Provérbios 25:21-22. Ao servir seu inimigo, você amontoará brasas vivas em sua cabeça, o que significa que você o surpreenderá com a bondade. Isto poderá até mesmo causar sua conversão ao Senhor, e a você; em alguns casos, inimigos podem se tornar grandes amigos.
Concluindo, Paulo resume tudo brilhantemente numa única frase: não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. Esta deveria ser nossa filosofia de vida, nos relacionamentos cotidianos. Nunca pagar com a mesma moeda, nunca pegar em armas, mas sermos nobres, e na dependência do Senhor, sermos agentes do bem neste mundo mau.
Próxima semana, leiam Rm 13
Romanos 13
Este capítulo trata de um tema importantíssimo, e não muito popular no meio da igreja: a necessidade de submissão às autoridades.
O que é a autoridade? Autoridade pode ser definida como autorização para usar poder. O Aurélio define como “direito ou poder de se fazer obedecer, de dar ordens, de tomar decisões, de agir, etc”. Sabemos que onde não há autoridade, ou falta o respeito a ela, o que acontece é o caos, a desordem.

A fonte da autoridade – vimos que toda autoridade procede de Deus; esta é uma afirmação que confunde a muitos, pois, se há tantas autoridades injustas, e tanto abuso de autoridade, como isto pode vir de Deus? Bem, é preciso entender que Deus não é o responsável pela pessoa de um deputado, por exemplo. Quem é responsável por ele estar ali são as pessoas que o elegeram. Mas a autoridade que ele exerce provém de Deus. Então, ainda que certa pessoa não reflita o caráter de Deus, por causa de seus erros, a autoridade que ela exerce vem de Deus.
Para entender isto, basta pensar que acima de toda autoridade, sempre existe uma maior. Por exemplo, acima de um soldado do exército, existem todas as patentes acima dele, dentro das forças armadas. E acima de todas as autoridades militares, está a autoridade do presidente do país, o qual, por sua vez, está submisso à constituição, que limita todas as suas ações. E acima da autoridade da constituição, e do povo que a escreveu e aprovou, está a autoridade de Deus.
Assim, da mesma forma que quando se desacata um guarda de trânsito você está desacatando toda a hierarquia acima dele, se você se rebela contra uma autoridade qualquer, você está se rebelando contra Deus, que está acima de toda autoridade.
Agora, é importante fazer diferença entre submissão e obediência. A submissão é a atitude, é o coração, é a disposição de obedecer. A obediência é a ação, o ato de obedecer. A submissão precisa ser absoluta, pois quem não é submisso, é rebelde. A obediência, por sua vez, é relativa. Pois nem sempre devemos obedecer a uma autoridade. É possível, portanto, ser submisso, e desobedecer. E também é possível obedecer, mesmo sendo rebelde.
Quando eu posso desobedecer a uma autoridade? Quando ela estiver em conflito com uma autoridade maior. Por exemplo, os apóstolos não obedeceram à ordem de pararem de pregar o Evangelho (At 5:29); os três amigos de Daniel não obedeceram à ordem para adorar um ídolo (Dn 3). Mas eu não posso me rebelar nunca, pois a rebeldia é o caráter de satanás, e Deus odeia a rebeldia (I Sm 15:22-23). Então, mesmo quando uma autoridade erra, nossa atitude deve ser sempre de respeito à posição que ela ocupa.
Existe autoridade em todas as esferas da vida: o lar, a sociedade, a escola, o trabalho, a igreja. Todas elas foram estabelecidas por Deus, para o nosso bem, e todas devem ser honradas e obedecidas, com um coração submisso. Os rebeldes sempre trazem grandes problemas, e estão debaixo da condenação de Deus (Rm 13: 2).
Como age uma pessoa submissa? Ela procura se colocar debaixo de autoridade aonde quer que vá; ela honra às autoridades com suas palavras e ações; ela não toma parte em nenhuma ação que tente desestabilizar a autoridade; ela não almeja autoridade para si mesma, mas teme exercer autoridade, pois sabe da imensa responsabilidade que é esta.
Como age um rebelde? Ele sonha com autoridade para si, acima de tudo; ele não alinha suas ações às ordens da autoridade; ele fala de modo desrespeitoso, com a autoridade, e sobre ela; ele se junta a outros rebeldes, e ele contamina outros com sua rebelião; ele é rebelde em sua mente, antes de sua rebeldia se manifestar em suas ações.
Paulo coloca uma importante questão aqui, em Rm 13: 5. Será que obedecemos apenas por medo de punição, ou por consciência? Em outras palavras, se soubéssemos que não seríamos punidos, ainda seríamos obedientes, porque isto é a coisa certa? Ainda seríamos submissos, por causa do Senhor?
O verso 7 diz que devemos dar a cada autoridade o que lhe é devido. Ou seja, quando deixamos de dar o que deveríamos (o imposto, a honra, a obediência) estamos pecando. Estamos em dívida. E a única coisa que os cristãos podem dever é a única que não podem pagar nunca: o amor (Rm 13: 8). O amor resume a Lei, diz Paulo nos versos 9 e 10.
O capítulo é concluído nos lembrando de que devemos viver em santidade, especialmente porque o tempo em que vivemos é o tempo do fim. Ora, se isto era verdade nos dias de Paulo, imagine agora!
Devemos viver revestidos de Jesus Cristo, para não satisfazermos os desejos da carne. Devemos ser santos. E é sobre santidade que vamos falar no próximo domingo, à luz dos capítulos 14 e 15 de Romanos!
Romanos 14 e 15
A ênfase em Rm 14 é a aceitação, a unidade, o amor entre os irmãos. Boa parte de nossa conduta é regulada pelo cuidado em não ferir o irmão. Este cuidado determina aspectos práticos de nossa santificação. Nós nos santificamos de algumas coisas por amor ao próximo.
Paulo diz, no capítulo 14, que nossa vida pertence ao Senhor, e nosso objetivo deve ser viver para ele, já que vamos prestar contas individualmente a ele. Assim, julgar o próximo não faz sentido. Mas torna-se vital aprender a conviver, a aceitar, a não prejudicar o irmão, pois isto desagrada a Deus (veja os versos 10 a 13).
O próprio apóstolo reconhece que não há dias especiais, nem comidas que sejam impuras (Rm 14:14). Portanto, aqueles irmãos que se abstém de certos alimentos ou guardam certos dias como santos, são considerados por ele como fracos na fé, já que estas coisas não são realmente importantes (veja Cl 2:16-17). São questões secundárias. Entretanto, Paulo nos diz que “se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor” (v. 15). Este é um princípio que vale não apenas para questões de calendário ou alimentos, mas para tudo que fazemos em nossa vida.
É importante lembrar que há certas coisas que são claras na Bíblia, não é necessário orar a respeito, apenas obedecer algo que Deus já disse explicitamente. Por exemplo, leia Gl 5:19-20 para ver uma lista de coisas que você definitivamente não deveria fazer. Mas, e no dia-a-dia, quantas questões surgem a respeito de nosso comportamento, em áreas em que a Bíblia não é tão clara? O que fazer? Vamos ver, então, os princípios que aparecem no texto que estamos estudando.

1 – Sua conduta deve ser baseada em sua fé (seu nível de revelação). Se você tem dúvidas sobre algo, não faça (Rm 14:5; 22-23). Por exemplo, se você tem medo de ir a algum lugar e sua santidade ser afetada, se você não está certo de poder faze-lo em paz com Deus, então não vá.
2 – Sua conduta deve glorificar a Deus (Rm 14:6-8). Você pode afirmar que o que está fazendo diariamente agrada e glorifica a Deus?
3 – Sua conduta não pode ferir ao próximo. Não pode gerar escândalo. Pelo contrário, deve edificar (Rm 14:13-21). Será que o que eu faço edifica, ou escandaliza?
4 – Sua maior motivação deve sempre ser o amor, a Deus e ao próximo, e nunca a sua satisfação pessoal. Lembremo-nos de Rm 13:9-10.
Talvez você diga: mas por que eu devo limitar minha liberdade por causa da opinião dos outros? Paulo responde a isto em Rm 15:1-3. É por amor, assim como Cristo se limitou por amor a nós.
Portanto, devemos checar com estes princípios, tudo que fazemos.
Alguns exemplos práticos:
a) Se você vai na casa de um irmão que considera carne de porco impura, e acha que é pecado come-la, e você zomba dele, e fica falando como você ama bacon, e aquela costelinha assada, você está ofendendo o irmão, e afetando a fé dele. Isto não é amor. Isto é pecado.
b) Se você bebe seu vinhozinho, em sua casa, sem se embriagar, mas é visitado por um irmão que acha isto é pecado, não beba na frente dele. Você pode derrubar o irmão da fé, e isto é um pecado gravíssimo. Leia Mt 18:6-9. Será que tem jeito de suavizar estas palavras de Jesus? Ou será que é melhor obedecer?
c) Se uma palavra que você usa escandaliza um irmão, é melhor não usar enquanto estiver em companhia dele.
d) Se sua roupa leva alguém a pecar, troque de roupa! O que é melhor? Andar na moda ou ser santo?
Para os líderes e ministros, o padrão é mais alto. Por quê? Porque somos modelo, referencial.
Depois de trazer estes ensinos, Paulo relata um pouco de suas realizações e ambições ministeriais, inclusive nos lembrando de dois princípios muito importantes:
1. Devemos abençoar aqueles que são canal de Deus em nossa vida (Rm 15: 27)
2. Uma das formas de fazer isto, além de servir materialmente, é orando por nossos pais espirituais (Rm 15:30-32). Paulo aqui expõe suas necessidades de oração, que são as mesmas dos líderes até hoje: que os descrentes não nos impeçam de pregar, e que os crentes aceitem nosso ministério!
Para terminar, vamos ver algo interessante no capítulo 15: por 3 vezes, Paulo invoca uma bênção sobre nós (v. 5-6; v. 13; v. 33). Nós precisamos de todas elas. Entretanto, se pudermos dizer assim, creio que nestes dias precisamos ainda mais desesperadamente da primeira: espírito de unidade, para que aceitemos uns aos outros e glorifiquemos a Deus!
Que tal terminar abençoando uns aos outros?


Prs. Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Rm 12:3-8

Domingo passado estudamos os dois primeiros versículos de Romanos 12. Hoje daremos sequência neste maravilhoso capítulo.
A partir do verso 3, Paulo introduz o ensino do Corpo de Cristo. Aprendemos nos versos 3 a 8 muitas verdades preciosas:
Deus deseja que tenhamos uma auto-imagem equilibrada. Geralmente as pessoas ou se acham mais importantes do que realmente são, ou então não conseguem perceber sua verdadeira importância, vivem se diminuindo. Preciso entender que não sou o centro do universo, não sou o maior, não sou o melhor, não sou a última coca-cola do deserto! Quando pensamos assim, abrimos espaço pra toda sorte de conflitos no meio da igreja. Mas também preciso ver que sou único e especial, e fundamental para os planos de Deus! Paulo ensina que devemos ter um conceito equilibrado de nós mesmos. Isto só é possível quando nos vemos como Deus nos vê: como parte integrante do corpo de Cristo.
De acordo com a graça, temos diferentes dons. Já ensinamos em outra ocasião sobre os dons, e este assunto é matéria no Caminho da Liderança, portanto não vamos entrar em detalhes quanto aos dons. Mas vamos destacar que Paulo ensina a necessidade de exercermos nossos dons com intensidade e dedicação. Em outras palavras, não pode haver omissão ou relaxamento quanto a isto; o que Deus nos habilitou para fazer, deve ser feito da melhor maneira possível!
Verdades sobre o corpo de Cristo:
Todos somos membros.

Estamos ligados à cabeça e uns aos outros. A cabeça coordena a todos.

Todos são importantes – até as unhas, os cílios, glândulas lacrimais, as orelhas...

Há membros mais bonitos e aparentemente mais importantes, e há outros que nem o corpo sabe que existem, de tão ocultos, mas que são igualmente importantes (pense no labirinto, escondido dentro do ouvido; muitos só descobrem que ele existe quando descobrem que estão com labirintite, e estão com problemas de equilíbrio).

Quando um membro deixa de funcionar, ele sobrecarrega a outros, e prejudica o corpo. Exemplos: Você já quebrou um dedo mínimo? O mau funcionamento de um rim provoca sobrecarga e dor no outro; sabia que os surdos têm dificuldade de memória?

Na vida da igreja:

· Uma das pragas da pós-modernidade, a época em que vivemos, é o individualismo. Deus deseja que vivamos ministrando uns aos outros, e juntos ministrando ao mundo, cada um com suas habilidades e possibilidades. NÃO VIVA ISOLADO!

· Todos devem funcionar, cooperando em amor para a edificação do corpo. Sua omissão é a sobrecarga de outro. Ninguém fará tão bem o que era para você fazer!

· Todos são importantes. Se o corpo não te reconhece, talvez nem te vê, a Cabeça sabe que você existe, te ama e reconhece sua importância.

· Não seja independente. Para funcionar bem, você precisa de outros membros.

· Não queira ser o que você não é. Isto só traz frustração. Exemplo: mão esquerda querendo atuar como mão direita.

· Todos têm função. Qual é a sua? Deve ser algo que flui naturalmente, que traz edificação para o corpo. Nosso problema é estarmos por demais acostumados com os “ministérios” e cargos da instituição, e por isto só querermos atuar em funções oficiais e reconhecidas. “Se eu não puder pegar um microfone, então não sou útil na igreja... não há espaço para meu ministério...” O grande problema por trás disto: dicotomia entre clero e leigos, e entre secular e sagrado. Não existem superstars no corpo. Existem sacerdotes.

· Qualquer que seja o seu lugar no corpo, foi Deus quem o pôs aí, e te capacitou para atuar em prol do corpo. Antes de você nascer, Deus já o conhecia e tinha um lugar para você atuar (Jr 1:5). Toda a sua história de vida, suas experiências, formação, gostos, habilidades, talentos, conhecimento e capacitações sobrenaturais, e até mesmo suas experiências negativas e sofrimento contribuem para o propósito de Deus em sua vida. Biblicamente, toda habilidade positiva humana vem de Deus, é santa e deve ser usada para sua glória (veja o famoso caso de Êxodo 35:30-35). Não servimos a Deus e aos irmãos só com os dons espirituais.



Para terminar, o verso 8 diz “que o faça com alegria”. A versão The Message diz “mantenha um sorriso no rosto”. Como é importante que tenhamos alegria no que fazemos pra Deus! Que decidamos nos alegrar pelo privilégio que é poder ser útil em suas mãos, e não transformar o ministério em um peso, uma coisa que fazemos gemendo, murmurando...



Que possamos hoje agradecer a Deus por nos dar um lugar no corpo, e renovar nosso compromisso de servi-lo, e servir uns aos outros, com a graça que nos é dada!

Prs.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

ROMANOS 12:1-2

Chegamos à parte prática da carta de Paulo aos Romanos. O capítulo 12, que veremos hoje, é uma lista de orientações práticas para a vida cristã. Ou seja, coisas que devemos fazer no dia-a-dia.
v.1 – portanto – esta simples conjunção faz a ligação da orientação que virá com aquilo que Paulo acaba de dizer. Rogo-lhes pelas misericórdias de Deus – que misericórdias? Aquelas descritas em 11:30-32, e em toda a carta. Tudo que Deus tem feito por nós. Portanto, por causa destas misericórdias, por causa do amor imenso do Senhor, é que devemos fazer o que virá a seguir.
v.1-2 – uma boa estratégia para entender melhor estes dois versículos famosos, é lê-los de forma invertida, assim: para que vocês experimentem a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, o que só é possível se vocês se oferecerem a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável, que é o seu culto racional.
A vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Que coisa maravilhosa! E como temos dificuldade pra crer nisto... vivemos em um mundo onde não existe nada assim, com estas três características. Se um vendedor batesse à nossa porta e nos oferecesse um produto que é bom, perfeito e agradável, nós daríamos uma bela risada e perguntaríamos qual é o truque! E como é comum que os crentes tenham medo de se entregarem completamente à vontade de Deus! É como se em nosso inconsciente coletivo, a vontade de Deus na verdade fosse má, imperfeita e desagradável! Ou, na melhor das hipóteses, achamos que a nossa própria vontade é melhor que a dele... precisamos tomar a decisão de nos arrepender disto, e ter coragem de crer que o Senhor é bom, e que sua vontade é boa, perfeita e agradável. O Novo Testamento Judaico traduz agradável como “fadado ao êxito”.
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente. Podemos inferir desta ordem do Senhor que existem dois tipos de crentes: os que tomaram a forma do padrão deste mundo, e os que estão se transformando. Quanta coisa precisamos aprender do Senhor aqui!
Primeiro, precisamos entender que o padrão deste mundo está em conflito direto com o Senhor. Amoldar-se ao padrão deste mundo é tornar-se algo que Deus odeia. É amar o inimigo de Deus (Tg 4:4). É acolher os valores e princípios que regem nossa geração, que são contrários aos valores de Deus. É achar normal o que Deus chama de abominação, e não dar valor ao que Deus diz que é importante.
Segundo, para não deixar o mundo nos moldar (colocar em um molde, pra dar a forma desejada), precisamos então nos transformar. A palavra traduzida por transformação, aqui, é a mesma usada em Mt 17:2, na transfiguração de Jesus; é a glória de Deus transformando o homem. A idéia de transformar, no original, é na verdade “sejam transformados”. Isto significa que devemos nos deixar transformar pelo Senhor. Como? Renovando nossa mente. A chave é a sua maneira de pensar. São os seus valores e idéias. São os seus pensamentos. Então, você precisa decidir o que vai moldar sua mente, o que vai fazer sua cabeça: as idéias e valores do mundo, ou as idéias de Deus, que estão em sua Palavra.
A dificuldade em renovar nossa mente é que passamos muito tempo, em alguns casos décadas, aprendendo a pensar como o mundo pensa. Somos como um computador que foi programado com um monte de programas errados, e que agora precisa ser reprogramado. E como não dá pra formatar, apagar tudo de uma vez e substituir de uma vez todos os programas – Deus é bom, ele sabe que não suportaríamos isto – então precisamos entrar em um processo de transformação que vai durar a vida toda, e que é uma cooperação entre o homem e Deus. Deus entra com a nova maneira de pensar, e o homem entra com a disposição de aprender, de se deixar mudar. Logo após o novo nascimento, percebemos que muitas coisas que pensamos estão erradas. Descobrimos que vamos ter que rever muita coisa que até então era normal. E é aí que começa o processo de transformação. Qual é novo “programa” que devemos colocar em nosso “computador”? A Palavra de Deus. É por isso que precisamos ler, ouvir, estudar, meditar, decorar a Palavra. Para que sejamos transformados. A velocidade e a profundidade dessa transformação depende da resposta da pessoa ao agir do Espírito Santo, de sua intensidade e desejo de ser transformado.
Sacrifício vivo, santo e agradável – é muito mais fácil amoldar aos padrões do mundo do que ser transformado. Isso porque o mundo está nos rodeando o tempo todo, através da mídia, das conversas, do que vemos e ouvimos em todo lugar. Já os valores de Deus precisam ser captados em sua presença e sua Palavra. E embora seja o Senhor quem nos transforma, precisamos decidir e cooperar com Ele. Este processo de transformação é geralmente chamado de santificação. E por não ser nada fácil, é chamado de sacrifício! Se quisermos realmente oferecer um culto que agrade a Deus, precisamos ser o sacrifício. Um sacrifício que se oferece por vontade própria. Que a cada dia morre um pouquinho pra si mesmo, por amor ao Senhor. Nossa mente não vai aceitar assim tão fácil ser transformada; é preciso entregá-la a Deus em sacrifício!
Vamos terminar estes comentários lendo Rm 12:1-2 na versão The Message (A Mensagem, ainda não traduzida em português):
Então aqui está o que eu quero que vocês façam, com a ajuda de Deus. Peguem o seu dia-a-dia, sua vida normal – seu sono, sua alimentação, seu trabalho e lazer – e coloquem diante de Deus como uma oferta. Abraçar o que Deus faz por vocês é a melhor coisa que vocês podem fazer por ele. Não fiquem tão bem ajustados à sua cultura a ponto de caber nela sem sequer pensar. Ao invés disso, coloquem sua atenção em Deus. Vocês serão mudados de dentro pra fora. Prontamente reconheçam o que Ele quer de vocês, e respondam rapidamente a isto. Ao contrário da cultura ao seu redor, sempre puxando vocês para o seu nível de imaturidade, Deus traz à tona o melhor de vocês, desenvolve uma bem formada maturidade em vocês.
Quantos de nós realmente desejamos ser transformados, para conhecer a vontade de Deus? Então, precisamos decidir nos oferecer completamente a Ele, como sacrifícios vivos, santos e agradáveis, para que Ele possa nos transformar.

ROMANOS 9 A 11

Este é um dos trechos mais complexos de toda a Bíblia.
O capítulo 9, se mal interpretado, se lido superficialmente, e tirado de seu contexto, pode levar alguém a acreditar que Deus arbitrariamente escolhe alguns pra serem salvos e outros para se perderem.
Paulo começa dizendo que se fosse possível, ele até abriria mão de sua salvação para salvar o povo de Israel. Somente ele e Moisés expressam este tipo de amor a seu povo em toda a Bíblia, além de Cristo, é claro (Ex 32:32). Mas Paulo mostra afinal que Israel perdeu o propósito de Deus porque rejeitou o Messias, Cristo, e confiou em suas obras, na prática da lei, para serem aceitos por Deus (9:30-33). Este é o tema da carta, a justificação pela fé versus a justiça da lei. Portanto, fica claro que, embora Deus faça escolhas em seus propósitos para com a humanidade (por exemplo, Ele escolheu Israel como seu povo no AT) porque Ele é soberano, e não tem que explicar nada a ninguém, mas também fica claro que as escolhas de cada indivíduo, e de cada nação, é que determinam de fato seu relacionamento com o Senhor (10:3).
Uma coisa precisa ficar claro: Paulo demonstra em Romanos que toda a humanidade (judeus e gentios) é pecadora, e portanto, merecedora da ira de Deus. Ao mostrar misericórdia a alguém, Deus está dando algo não merecido, e isto é prerrogativa dele. Não mostrar misericórdia a alguém é simplesmente deixar este alguém em sua condição natural, não é injustiça da parte de Deus.
No capítulo 10:1-2, Paulo mostra como orava e desejava a salvação de seu povo, que tinha zelo por Deus, mas de forma errada. Ora, o próprio Paulo no passado fora assim, zeloso da maneira errada. Esta é uma lição importante pra nós, que pertencemos a um povo que também é bastante religioso, zeloso das coisas espirituais, mas de formas tão erradas! Será que amamos e oramos por nossa nação como Paulo fazia pela sua?
No capítulo 10, versos 9 e 10 encontramos a fórmula da salvação: crer e confessar o Cristo ressuscitado como Senhor!
Os belos versos 14 e 15 enfatizam a necessidade de pregarmos o evangelho, de dar a oportunidade a todos para que nele creiam. Entretanto, Paulo alerta para o fato de que nem todos crerão, assim como Israel não creu, e mais uma vez justifica porque eles foram rejeitados por Deus: por causa de sua incredulidade (vs. 16 e 21). Entretanto, o apóstolo deixa claro que nem todos foram rejeitados, apenas os que não creram (11:1-6); e mais, Paulo explica que o fato de os judeus rejeitarem o Evangelho abriu a oportunidade pra nós, gentios, o conhecermos, e mostra que nossa salvação está baseada nas promessas feitas a eles, como se eles fossem a raiz de uma planta, e nós, ramos que foram enxertados (17-24). Esta analogia deixa claro também que nós, os que cremos, se não permanecermos na bondade do Senhor, também seremos cortados, assim como os que foram cortados, se abandonarem a incredulidade, podem ser enxertados novamente. Mais uma vez se confirma que a escolha do homem é que determina seu destino, já que o propósito de Deus pra todos é o que está em 11:32. Em Atos vemos como Paulo começou seu ministério priorizando os judeus, mas estes, de modo geral, rejeitaram o Evangelho. Então o apóstolo voltou-se para os gentios (At 18:6 / 28:28).
É interessante observar que em 11:12-15, Paulo se dirige a nós, gentios, os não-judeus, pra chamar nossa atenção para o fato de que se a rejeição de Israel trouxe bênção pra nós, imagine então quando eles crerem em massa no Evangelho! Se um pequeno número de Israelitas que creram já trouxe o evangelho pra tanta gente, imagine se a nação se convertesse!
O relacionamento de Deus para com Israel é resumido em 11:28-29. Paulo mostra que por não crerem no Evangelho, os judeus são inimigos, e isto por nossa causa, isto é, a rejeição deles abriu a porta da graça pra nós; mas quanto à eleição, eles são amados de Deus por causa dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, de quem são descendentes, pois Deus os escolheu, e seu chamado e seus dons são irrevogáveis! Este é um princípio válido para todos nós, ou seja, o chamado e os dons de Deus são irrevogáveis em nossas vidas também.
O capítulo 11 termina com o hino de adoração de Paulo, que não se contém, e exalta a maravilhosa sabedoria do Senhor, que é a fonte, a sustentação e o fim de todas as coisas.
Ler o capítulo 12.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ROMANOS 8

O capítulo 8 de Romanos é o ponto alto da epístola. Os capítulos anteriores preparam pra ele, e os restantes, que tratam da conduta do cristão, usam-no como alicerce. Como este capítulo trata da vida no espírito, os capítulos que se seguem, e que tratam da conduta, pressupõem que o cristão é capaz de viver em santidade, não mais por causa da lei, mas por causa do Espírito que nele habita.
O capítulo começa afirmando que, se estamos em Cristo, já não há mais condenação pra nós. Estamos livres, por causa de Cristo! Os versos 3 e 4 explicam que aquilo que a lei não foi capaz de fazer (produzir justificação e vida), Cristo fez, ao viver uma vida semelhante à nossa, mas sem pecado, e ser oferecido como oferta por nosso pecado. Em Cristo, podemos ser livres daquela contradição que Paulo mostra no final do capítulo 7, e da nossa escravidão ao pecado.
A partir daqui, Paulo faz o contraste (vs 5-8) entre a vida na carne (na força humana, sem a dependência de Deus) e a vida no espírito (aquela que é vivida na dependência do Deus que vive em nós).
Viver segundo a carne é colocar a mente no que a carne deseja; viver no espírito é colocar a mente no que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é inimiga de Deus e produz morte, enquanto a mentalidade do Espírito produz vida e paz. Quem vive na carne não pode agradar a Deus. Lendo Rm 8:8 junto com Hb 11:6, aprendemos que um dos aspectos da carnalidade é a incredulidade. É viver preso ao mundo dos sentidos, é não dar crédito ao que Deus diz, e ao que o Espírito Santo nos guia. Veja uma descrição de Paulo sobre o andar por fé em II Co 5:7.
Paulo explica que estar sob o domínio do Espírito é a condição para ser de Cristo e também a chave para viver por Ele. Na verdade, é o Espírito quem garante que somos de Cristo (v. 9); ele é a garantia de que seremos ressuscitados e transformados (v.11); é pelo Espírito que vencemos os desejos pecaminosos de nosso corpo (v.13); é o Espírito quem nos guia em nosso relacionamento com Deus (v.14); é o Espírito que nos assegura que somos filhos de Deus, e herdeiros dele, e nos dá a intimidade de viver sem medo, e chamá-lo de Aba (vs. 15-17); e pulando alguns versículos, é também o Espírito de Cristo quem nos capacita a orar (v. 26)!
Os versos 18 a 25 mostram que não é apenas a humanidade que sofre com o cativeiro imposto pelo pecado, mas toda a criação. A criação geme, aguardando que nós, os filhos de Deus, sejamos revelados. Isto se aplica literalmente ao momento de nossa ressurreição, mas podemos também imaginar o quanto o mundo precisa que nós, os filhos de Deus, vivamos a vida que o Filho Jesus viveu.
A partir do verso 28, Paulo enumera as maravilhas decorrentes do fato de sermos filhos de Deus. Este é o ápice do capítulo, e provavelmente de toda a Bíblia. Mas começa com um dos versos mais citados, e mais mal interpretados de toda a Bíblia. É comum as pessoas, diante de qualquer situação, “citarem” Rm 8:28 mais ou menos assim: “bem, irmão, tudo coopera”. Espera aí! A condição para que tudo coopere para o seu bem é que você seja um dos que foram chamados segundo o propósito do Senhor, e tenha respondido a este chamado, tornando-se um dos que o amam!
Junto com Rm 8:28, temos também o verso 37, como um dos campeões de citações distorcidas. As pessoas costumam citar Rm 8:37 pra se autodeclararem como mais que vencedoras, geralmente nas áreas que as interessam, como vida profissional, finanças etc, desejando uma vida sem problemas. Mas note que Paulo diz que somos mais que vencedores “em todas estas coisas”. Que coisas? As dos versículos 35 e 36! Antes de concluir, quero mostrar mais um texto que é muito distorcido: Fp 4:13. Tudo posso naquele que me fortalece não significa que serei sempre o número 1, o que está por cima, o que não tem problemas, nem muito menos que posso fazer o quiser. Significa que posso passar por tudo que está em Fp 4:12!
Voltando a Rm 8, o verso 29 afirma que fomos chamados para sermos semelhantes a Jesus! Sermos conformes à sua imagem, significa tomarmos a forma dele, sermos como ele. Esta é a razão de tudo que vivemos, de tudo que Deus está fazendo em nós: ele deseja que sejamos como seu filho!
Terminaremos lendo os versos 38 e 39, a maior declaração de amor que Deus poderia fazer a nós: nem a morte, nem a vida, nem anjos ou demônios, nem o que vivemos hoje, nem o ainda virá, nem qualquer poder ou coisa na criação poderá nos separar do amor dele, em Cristo! Que segurança temos! Nenhum relacionamento, nada nem ninguém pode ser tão estável e seguro!

Pr.Onésimo Ferraz

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ROMANOS 6 e 7

O capítulo 6 começa com a pergunta óbvia para a lógica humana: se onde o pecado aumenta a graça transborda, quer dizer que podemos pecar à vontade então, pois sempre seremos abençoados pela graça? Paulo responde a esta pergunta carnal com veemência, introduzindo um novo conceito teológico importantíssimo: o da inclusão. Ele explica que, pela fé, não apenas fomos justificados, redimidos e reconciliados com Deus, mas fomos incluídos na morte e na ressurreição de Jesus. É esta a simbologia do batismo (vs: 2-6): morremos, somos sepultados e ressuscitamos para uma nova vida! Ora, se morremos para a velha vida, então não devemos mais nada a ela. O verso 2 argumenta: não podemos mais viver pecando, pois morremos pra o pecado! E no verso 11, Paulo arremata: “considerem-se (saibam que vcs estão) mortos para o pecado, mas vivos para Deus”!
Ao longo do capítulo 6, Paulo ilustra seu ensino com dois exemplos: o da escravidão, e o do casamento.
Para começar, leiamos o verso 14, onde o apostolo deixa claro que não estamos debaixo da lei, mas da graça, por isto o pecado não nos dominará. E então, ele começa a usar a metáfora da escravidão. No passado, éramos escravos do pecado, e colhemos apenas dor e vergonha, como fruto de nosso procedimento. Agora, porém, somos escravos da justiça (18). Enfim, trata-se de uma escolha de a quem vamos obedecer: o pecado, ou a obediência a Cristo. Se escolhermos o pecado, temos um salário garantido: a morte. Se porém escolhermos obedecer a Deus, ganharemos um presente maravilhoso: a vida eterna (23)!
No capítulo 7, Paulo, ansioso por deixar estas verdades bem claras, usa outro exemplo bem poderoso aos que conheciam a lei de Moisés: o casamento. Nos versos 1 a 6 ele demonstra como ao crer, morremos para a Lei, ou seja, não estamos mais ligados a um cônjuge tão cruel e inflexível (a Lei), mas a um novo marido, maravilhoso, libertador, que é Cristo. Tentar ser santo e agradar a Deus através da Lei é tarefa impossível, como todos nós já percebemos; mas com Cristo sendo Senhor em nossas vidas, somos finalmente livres para sermos santos, não mais pelo esforço próprio, mas pela atuação do Espírito de Cristo em nós. É realmente como ficar viúvo de um cônjuge mau e escravizador, e casar com uma nova pessoa que é exatamente o oposto!
Bem, isto leva o leitor a outra conclusão que é simplesmente lógica: então a Lei é uma coisa horrível, afinal por que Deus a inventou?! Paulo prevê e refuta este raciocínio nos versos 7 a 14. Resumindo, ele diz que a Lei é boa, é justa, é santa e é espiritual, afinal, sabemos que a lei reflete o caráter do legislador. A Lei veio mostrar o que é o pecado (7). Mas nosso problema é nossa natureza pecaminosa, o pecado que habita em nossa mente e corpo, nossa carne, que foi posto em realce pela Lei (vs 8-11). Aqui Paulo explica aquilo que todos nós já sabemos: nós somos irresistivelmente atraídos pelo que é proibido! Todos temos exemplos disto, não é?
Paulo termina o capitulo 7, nos versos 14 a 24, com um desabafo que é, em minha opinião, muito consolador pra todos nós. Ele confessa que não consegue fazer o bem, mas acaba fazendo o mal que não quer. Ora, o apóstolo que todos admiramos, era gente como nós! Você não está sozinho nesta luta, meu irmão! Observe a angústia de Paulo neste texto, e veja se não parece uma descrição de sua própria vida nos últimos dias...
Esta dualidade entre bem e mal no íntimo do homem nos faz lembrar de tantas histórias que a humanidade conta, pra tentar explicar isto. Temos exemplos nas mitologias, na literatura clássica, na cultura pop. Pense em o Médico e o Monstro, pense no Lobisomem, no incrível Hulk... boas pessoas, gente instruída e desejosa de fazer coisas boas, mas que tem dentro de si um monstro, e que com certos estímulos, vem à tona, e fazem coisas horríveis, trazendo grande sofrimento pra todos. Estas narrativas são tentativas humanas de explicar o que Deus está falando aqui.
Mas de todas estas histórias, minha preferida é a da Bela e a Fera. Este conto de fadas nos diz que um belo príncipe, por causa de um ato egoísta, caiu debaixo de uma maldição, e tornou-se uma fera horrível, condenado a viver assim, recluso e odiado por todos, a não ser que ganhasse um beijo de amor verdadeiro. Um dia, aparece uma bela moça, a qual ele maltrata, mesmo a admirando e desejando, e no final, ela se apaixona por ele, dá-lhe um beijo de amor, e a maldição é quebrada. Todos os que viviam no castelo, e que também estavam amaldiçoados, e até as plantas e animais, voltam a desfrutar liberdade e alegria. A fera volta a ser um belo príncipe, que se casa com a Bela, e os dois são felizes para sempre.
O que teria acontecido se a Bela não tivesse aparecido? Ou se tivesse desistido de Fera, por causa de seu mau aspecto, e de sua brutalidade? O que seria de nós, se Jesus, nosso lindo Salvador, não tivesse aparecido em nossas vidas, ou se tivesse desistido de nós? Quantas vezes lhe demos razão para isto... nós éramos a Fera, e Jesus é nossa Bela. Ele veio até nós, e em nosso pior momento, quando estávamos debaixo de maldição, irreconhecíveis por causa do pecado, brutos e ignorantes, e nos amou! Seu toque de amor, seu beijo de salvação, sua vida derramada por nós finalmente nos libertou, e nos capacitou a voltar a ser príncipes e princesas de Deus, para sua glória! Aleluia!!!

Pr.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

domingo, 19 de setembro de 2010

ROMANOS 1 a 2

Estudaremos nas próximas semanas a carta de Paulo aos Romanos. Ela é um resumo do Evangelho e de toda a Bíblia. A carta de Paulo aos Romanos, como um todo, pode ser dividida em duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a 11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo desenvolve de forma soberba seu tema de que o justo viverá pela fé, ou seja, aqueles que Deus considera quites com sua justiça, devem viver pela confiança em Cristo, deixando para a parte prática recomendações de santidade.
Vejamos os capítulos 1 e 2, com alguns comentários:
1:1 – Servo de Jesus: escravo. Poucas pessoas entendem hoje o que significa ser um servo ou ministro de Cristo: significa literalmente ser um escravo, à disposição dele para qualquer serviço, em qualquer hora e lugar. É assim que o apóstolo Paulo se vê. E nós?
1:16-17 – este é o tema da carta. Justificação pela fé. “Não me envergonho”: tenho orgulho.
Os versos 19 a 31 do cap. 1 são o resumo da história da humanidade.
21 Nem lhe deram graças. Um dos sintomas do afastamento de Deus é a incapacidade de reconhecer nele a autoria das bênçãos. Tornam-se arrogantes e autônomos. Seu coração se obscurece. 22 Distante de Deus, o homem tem a tendência de se achar sábio, sem perceber sua loucura. 23 Da adoração do Deus eterno, passam a servir a objetos, astros, e até mesmo a répteis, e não se dão conta do ridículo dessa situação. Acham que isso é sabedoria. 24 “Entregou”. Afastou-se. Deixou que os fatos sigam seu curso. C.S.Lewis disse uma vez que “os perdidos gozam para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão escravizados por si mesmos”.
26-31 – uma lista de pecados que tornam o ser humano digno de morte, de acordo com a justiça de Deus. Se o critério for a “verdade” de cada um, essas coisas podem ser apenas opções, ou talvez desvios de conduta, mas na verdade de Deus, são pecados.
O capítulo 2 começa declarando que os que se fazem juízes dos outros são tão culpados quanto os que condenam.
O verso 4 contem uma importante verdade, a de que nosso arrependimento é produzido pela bondade de Deus.
No capítulo 2, dos versos 6 até o 29, Paulo discorre sobre a justiça de Deus e seus critérios pra julgar os homens. Deus irá julgar segundo a verdade (2), segundo os atos (6-11) e segundo o nível de revelação de Deus (12-15). Ele já havia deixado claro que Deus se revela aos homens pela natureza (1:20), pela Lei – ou seja, por sua Palavra (2:18) e pela consciência (2:14-15). No final de tudo, porém, o critério de justiça de Deus não é nada menos que Jesus Cristo (2:16).
O argumento de Paulo é que toda a humanidade é controlada pelo pecado, e se alguém tiver que ser salvo, será pela misericórdia de Deus, que proveu o Salvador.

ROMANOS 3 a 5
Vimos como Paulo mostra que Deus se revela a toda a humanidade, e que nenhum ser humano escapa dos critérios de justiça de Deus. Nem os pecadores, nem os que se julgam santos. A Lei nivela a todos, obedientes e desobedientes, como pecadores, que só podem ser justificados pela iniciativa do Deus que é justo, e bom. O apóstolo introduz isto logo no início, no capítulo 1, versos 16 e 17: Deus tem poder pra salvar com justiça àqueles que crêem.
Todos são pecadores, ninguém é justo (3:10-12)
A lei não justifica ninguém, ela só mostra o quão pecadores somos, e o quanto necessitamos de um Salvador (3:20-24). Interessante observar que a Lei transforma o pecado em transgressão (4:15). Ou seja, antes da Lei, havia pecado, mas quando Deus diz “não farás”, quem faz, além de pecar, está transgredindo, quebrando um mandamento, desrespeitando um limite.
3:28 – aqui Paulo afirma que o homem é justificado pela fé, não pela obediência à Lei, e passa a desenvolver este argumento. Veremos isto com mais profundidade mais à frente.
Precisamos agora entender algumas palavras teológicas que aparecem em Romanos:
3:24 – justificação: no sentido negativo significa que alguém não é culpado, e no sentido positivo Deus o declara justo, e isto é creditado (palavra que aparece várias vezes na epístola) a nós por causa de Cristo, o inocente que morreu pelo pecador. Deus considerou Cristo culpado na cruz, creditando a ele nosso pecado, e hoje nos considera justos, creditando a nós sua santidade.
Redenção: resgate de escravos. Significa que alguém vai ao mercado de escravos, compra um escravo e lhe dá a liberdade. Jesus pagou o resgate por nossas vidas com a única moeda que poderia comprar nossa liberdade: o sangue de um inocente!
3:25 – propiciação. Um sacrifício que aplaca a ira justa de Deus. No velho testamento, animais eram mortos para aplacar a ira de Deus, e evitar que os homens morressem. Mas esses sacrifícios eram apenas símbolos do verdadeiro sacrifício que ainda viria (e hoje já veio!), que era o do Cordeiro de Deus, Jesus. Quando Jesus morreu, Deus mesmo estava fazendo um sacrifício, não de um animal, mas de seu próprio Filho, para que fôssemos perdoados.
O caso de Abraão, apresentado no capítulo 4, é um exemplo de como Deus justifica pela fé, pois Abraão foi considerado justo antes da circuncisão, e da Lei, por causa de sua fé, como mostram os versículos 9 a 12.
O Deus da ressurreição: precisamos fazer um parêntese para apreciar a beleza e o impacto do verso 17 do capítulo 4!
Cap. 5 – 1 a 11: nossa história. Como Deus nos amou, hoje temos paz com Ele, e podemos nos alegrar, nos gloriar nas tribulações; não por causa delas (isto seria masoquismo), mas nelas, porque entendemos que Deus está trabalhando a nosso favor em tudo. Nós não vivemos um otimismo barato que decepciona, mas uma esperança bem fundamentada em nossa fé no amor do nosso Deus.
Aqui tem outra palavra importante: reconciliação. Antes éramos inimigos de Deus, agora somos amigos!
5:12 a 21: contraste entre Adão e Cristo, resumidos nos versos 12 e 18. Adão pecou e nos legou o pecado e a morte, Cristo nos justificou e trouxe vida a todos os homens (os que crêem, óbvio).
O capítulo 5 termina, com os versos 20 e 21, enfatizando que não importa quão abundante seja nosso pecado, a graça (favor imerecido, Deus nos dando o que não merecemos) é ainda mais abundante. Com isto, Paulo prepara o terreno para o que veremos a seguir.
Pr.Onésimo Ferraz

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Orações que devemos fazer

Deus está nos chamando a orar. Ele espera que sua igreja seja chamada casa de oração (Is 56:7). Nós já vimos como devemos orar, por quem devemos orar, e hoje veremos algumas orações que devemos fazer. Veremos isto estudando orações que Jesus e Paulo fizeram e ensinaram a fazer:
Mt 9:38 – Jesus nos mandou orar por mais trabalhadores (Lc 6:12-13). Precisamos orar por mais líderes de células, por mais anfitriões, por mais pessoas envolvidas em ministérios, por gente disposta a se gastar para servir a Deus e ampliar o reino.
Mt 26:41 – Jesus nos disse para orarmos para não cair em tentação. Em nossos dias esta oração é ainda mais necessária! Santidade se conquista orando.
Mc 9:29 – Jesus deixou claro que é preciso orar para libertar cativos. A falta de poder da igreja é resultado da falta de oração.
Jo 17 – a maior oração de Jesus que foi registrada é por uma única coisa: unidade! Isto mostra o quanto unidade é importante para o Senhor. Precisamos orar por unidade, e sermos a resposta desta oração.
E quanto a Paulo? Se analisarmos suas orações, veremos que ele não ora por crescimento da igreja, por prosperidade, por nada do que costumamos orar hoje. Ele basicamente ora para que a igreja tenha revelação de Jesus e seja cheia de amor. Observe:
Ef 1:15-19 – por revelação de Jesus para a igreja
Ef 3:14-19 – por revelação do amor de Jesus
Fp 1:19 – por mais amor
Cl 1:9-12 – por revelação da vontade de Deus
Vemos assim que o líder deveria orar para que seu rebanho tenha revelação de Deus. Se tivermos revelação, seremos transformados, e seremos vitoriosos.
Resumindo: a igreja precisa orar por unidade, por revelação, por santidade, por poder para libertar os oprimidos, e por mais trabalhadores. Estas são prioridades para Deus. Será que são pra nós? O quanto oramos por elas mostra se sim ou não.

Pr.Onésimo Ferraz e Pr.Renner Fidelis

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pedir, buscar, bater

18/04 – Pedir, buscar, bater – Mt 7:7-11
Neste ensino, Jesus mostra que a oração é o modo como Deus quer que nos relacionemos com Ele, e o meio de buscarmos nele o suprimento de nossas necessidades.
Deus é retratado como nosso Pai, e sua bondade é colocada em evidência pelo contraste com nossa maldade. O argumento de Jesus é simples: se nós, seres imperfeitos, não damos a nossos filhos coisas que lhes façam mal, muito menos o Pai Celeste fará isto; Ele só nos dará coisas boas! Precisamos entender isto: Deus é bom! Deus nos ama e tem o melhor para nós. Ele é um pai perfeito. Ele só quer coisas boas para nós. Se pensarmos no melhor dos pais, um homem apaixonado por seus filhos, ainda estaremos longe de imaginar o amor do Pai Celeste. Ele dará bens aos seus filhos, simplesmente porque os ama! Deus tem muitos bens reservados para nós!!! Aleluia!!!
Mas nós temos que pedir. Não porque o Pai não saiba o que precisamos, mas porque Ele quer se relacionar conosco. Jesus garante que nossas orações serão respondidas. Mas temos que pedir, temos que buscar, temos que bater.
1. Pedir, no grego significa rogar, suplicar, como um viajante pede informação do caminho. Significa pedir insistentemente, especificamente.
2. Buscar significa investigar, perguntar, procurar algo de valor que foi perdido, ou que se deseja muito. Devemos buscar soluções, mudanças, respostas de Deus.
3. Bater significa chamar, golpear, agir fisicamente. É o que faz alguém que deseja entrar por uma porta que está fechada. Ele bate, ele força.
Estes três verbos transmitem a ideia de uma escala crescente de intensidade. Jesus ensina basicamente que se queremos algo de Deus, devemos ser intensos em nossa oração. Clamar com intensidade, pedir como quem realmente deseja receber. Será que oramos desta maneira? Somos realmente intensos ao pedir as coisas ao Pai Celeste? Muitas vezes oramos por orar, falamos da boca pra fora, não cremos realmente…
Jesus garante que o que pede, recebe (de Deus, é claro); o que busca, encontra (a Deus); e ao que bate, lhe será aberta (a porta que Jesus abre e que ninguém fecha). Em Marcos 10:46-52 temos o exemplo de um homem que pediu, buscou e bateu, até receber o seu pedido.
Bartimeu, cego mendigo, que vivia marginalizado, um dia sentiu a oportunidade de ter sua vida mudada: ele ouviu que Jesus passava por ali. Ele então começa a pedir que Jesus tivesse misericórdia dele. As pessoas o repreendem – porque sempre haverá alguém para tentar nos fazer desistir quando começamos a pedir algo a Deus, mas ele então começa a buscar, a clamar com mais intensidade. Quando Jesus o chama, ele então bate à porta, que é Jesus. Ele age fisicamente, ele se levanta, ele toma uma posição. Ele não fica só pedindo, ele tira de si a capa empoeirada de mendigo, e se levanta para falar com o Senhor. Este ato de tirar a capa, se levantar e ir ter com Jesus (v. 50) significa tanto! Significa abandonar velhas posturas, velhas identidades, velhas crenças, e tomar uma nova atitude, uma atitude de fé, de confiança, de ousadia, e ir encontrar com Jesus.
O Mestre lhe pergunta, que queres que eu te faça, não porque não soubesse, mas porque está testando a convicção e as prioridades de Bartimeu. Quantos cegos em nossos dias não diriam algo como: Mestre, eu queria uma casa no condomínio fechado? Ou talvez: Senhor, me dê um carro zero! Ou ainda: Senhor, me faça ganhar muito dinheiro! Estão cegos, mas tem outras prioridades. Mas não Bartimeu: ele sabia exatamente o que queria: Mestre, que eu torne a ver. Imediatamente Jesus lhe deu o que ele pediu.
Hoje estamos aqui para pedir, para buscar, para bater. Vamos fazer isto?

Pr.Onésimo Ferraz e Pr.Renner Fidelis

quarta-feira, 24 de março de 2010

COMO DEVEMOS ORAR

Mateus 6:9-14

9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
10 venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
12 e perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
13 e não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal
[pois teu é o reinod, o poder e a glória para sempre. Amém]!
14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.

Orareis assim: Esta oração é formada com uma invocação inicial e sete petições. As três primeiras se referem a Deus (o teu nome, o teu reino, a tua vontade); as outras quatro se referem aos homens, com forma e sentido comunitários (nós).

A chamada oração do “Pai Nosso” deveria ser um estilo de vida pra nós, discípulos de Jesus, pois ele disse vós orareis assim. Infelizmente, nós não damos a ela a devida atenção. E quando lembramos dela, a usamos como uma reza, um amontoado de frases decoradas. Temos falhado em compreender e em orar como Jesus nos ensinou. Hoje estudaremos um pouco sobre o modelo de oração que Jesus nos deu, com a esperança de nos aproximarmos mais de nosso Pai que está no céu.
Nossa ênfase será no tema que está implícito em toda a oração: a santidade do Senhor.
O verdadeiro adorador compreende que Deus é santo. E assim, sua oração é permeada por humildade e arrependimento. Se há algo que não combina com oração é arrogância. Quando reconhecemos a santidade do Senhor, a única opção que nos resta é o arrependimento. Arrependimento é algo que as pessoas nao gostam. Arrependimento dói, humilha. Mas é algo tão fundamental que permeia toda a oração do Senhor. Veja:
9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
Ou seja, que minha vida santifique o teu nome, que eu viva de modo digno do Senhor. Arrependo-me de envergonhar teu nome com minhas falhas.
10 venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
que tu sejas, de fato, Senhor, e chega de eu buscar minha vontade, eu escolho a tua.

11 o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
Eu me arrependo de minha autossuficiência, eu reconheço que dependo do Senhor em tudo, o tempo todo.
12 e perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
eu me arrependo e confesso meus pecados.
13 e não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal
Reconheço que sou fraco, pecador, sujeito a cair, se o Senhor não me guardar.
[pois teu é o reinod, o poder e a glória para sempre. Amém]!
Eu me arrependo de buscar estas três coisas que pertencem só a ti!

A primeira coisa de que devemos nos arrepender é por orarmos tão pouco, e tão mal, com tantos motivos errados.
Jesus disse orareis, mas não oramos. Ele disse, orareis assim, mas oramos de outras formas; ele nos deu o conteúdo da oração, mas estamos preocupados em pedir outras coisas. Misericórdia!!!
Segundo, devemos entender que o arrependimento é o caminho pra vermos a glória de Deus se manifestando em nossas vidas. Veja Hb 12:14. Este texto pode significar que sem santidade, não iremos pro céu, nunca veremos o Senhor. Ou ainda, que sem santidade ninguém o verá em nossa vida; ou talvez signifique que sem santidade, não veremos a glória do Senhor se manifestando em nossas vidas. Pessoalmente, acredito nas três interpretações.
Terceiro, a oração é coletiva. Os verbos estão no plural. Assim, o arrependimento não deve ser algo apenas pessoal, mas coletivo. Não somos chamados a nos arrepender apenas por nossos pecados individuais, mas pelos pecados de nossas famílias, de nossa nação, de nossa geração, de nossos irmãos. Se estudarmos as orações dos profetas, veremos que eles sempre oravam arrependendo-se por seus antepassados, por sua nação (veja Dn 9). Nesses dias, creio que Deus está nos chamando a chorarmos e arrependermos por tantos pecados que temos cometido individualmente; confessarmos os pecados da igreja do Senhor; confessarmos os pecados de nossas famílias (quais são os pecados mais comuns em sua família?); confessarmos os pecados de nossa cidade, de nossa nação, de nossa geração!
Se começarmos a orar humildemente, expressando o genuíno arrependimento, veremos a glória do Senhor como nunca vimos (II Cr 7:14). Quem está disposto a orar como Jesus nos ensinou? Quem está disposto a arrepender-se por sua falta de oração, por suas orações erradas, por seus pecados, e pelos pecados do nosso povo?
Pr.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis