segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ROMANOS 6 e 7

O capítulo 6 começa com a pergunta óbvia para a lógica humana: se onde o pecado aumenta a graça transborda, quer dizer que podemos pecar à vontade então, pois sempre seremos abençoados pela graça? Paulo responde a esta pergunta carnal com veemência, introduzindo um novo conceito teológico importantíssimo: o da inclusão. Ele explica que, pela fé, não apenas fomos justificados, redimidos e reconciliados com Deus, mas fomos incluídos na morte e na ressurreição de Jesus. É esta a simbologia do batismo (vs: 2-6): morremos, somos sepultados e ressuscitamos para uma nova vida! Ora, se morremos para a velha vida, então não devemos mais nada a ela. O verso 2 argumenta: não podemos mais viver pecando, pois morremos pra o pecado! E no verso 11, Paulo arremata: “considerem-se (saibam que vcs estão) mortos para o pecado, mas vivos para Deus”!
Ao longo do capítulo 6, Paulo ilustra seu ensino com dois exemplos: o da escravidão, e o do casamento.
Para começar, leiamos o verso 14, onde o apostolo deixa claro que não estamos debaixo da lei, mas da graça, por isto o pecado não nos dominará. E então, ele começa a usar a metáfora da escravidão. No passado, éramos escravos do pecado, e colhemos apenas dor e vergonha, como fruto de nosso procedimento. Agora, porém, somos escravos da justiça (18). Enfim, trata-se de uma escolha de a quem vamos obedecer: o pecado, ou a obediência a Cristo. Se escolhermos o pecado, temos um salário garantido: a morte. Se porém escolhermos obedecer a Deus, ganharemos um presente maravilhoso: a vida eterna (23)!
No capítulo 7, Paulo, ansioso por deixar estas verdades bem claras, usa outro exemplo bem poderoso aos que conheciam a lei de Moisés: o casamento. Nos versos 1 a 6 ele demonstra como ao crer, morremos para a Lei, ou seja, não estamos mais ligados a um cônjuge tão cruel e inflexível (a Lei), mas a um novo marido, maravilhoso, libertador, que é Cristo. Tentar ser santo e agradar a Deus através da Lei é tarefa impossível, como todos nós já percebemos; mas com Cristo sendo Senhor em nossas vidas, somos finalmente livres para sermos santos, não mais pelo esforço próprio, mas pela atuação do Espírito de Cristo em nós. É realmente como ficar viúvo de um cônjuge mau e escravizador, e casar com uma nova pessoa que é exatamente o oposto!
Bem, isto leva o leitor a outra conclusão que é simplesmente lógica: então a Lei é uma coisa horrível, afinal por que Deus a inventou?! Paulo prevê e refuta este raciocínio nos versos 7 a 14. Resumindo, ele diz que a Lei é boa, é justa, é santa e é espiritual, afinal, sabemos que a lei reflete o caráter do legislador. A Lei veio mostrar o que é o pecado (7). Mas nosso problema é nossa natureza pecaminosa, o pecado que habita em nossa mente e corpo, nossa carne, que foi posto em realce pela Lei (vs 8-11). Aqui Paulo explica aquilo que todos nós já sabemos: nós somos irresistivelmente atraídos pelo que é proibido! Todos temos exemplos disto, não é?
Paulo termina o capitulo 7, nos versos 14 a 24, com um desabafo que é, em minha opinião, muito consolador pra todos nós. Ele confessa que não consegue fazer o bem, mas acaba fazendo o mal que não quer. Ora, o apóstolo que todos admiramos, era gente como nós! Você não está sozinho nesta luta, meu irmão! Observe a angústia de Paulo neste texto, e veja se não parece uma descrição de sua própria vida nos últimos dias...
Esta dualidade entre bem e mal no íntimo do homem nos faz lembrar de tantas histórias que a humanidade conta, pra tentar explicar isto. Temos exemplos nas mitologias, na literatura clássica, na cultura pop. Pense em o Médico e o Monstro, pense no Lobisomem, no incrível Hulk... boas pessoas, gente instruída e desejosa de fazer coisas boas, mas que tem dentro de si um monstro, e que com certos estímulos, vem à tona, e fazem coisas horríveis, trazendo grande sofrimento pra todos. Estas narrativas são tentativas humanas de explicar o que Deus está falando aqui.
Mas de todas estas histórias, minha preferida é a da Bela e a Fera. Este conto de fadas nos diz que um belo príncipe, por causa de um ato egoísta, caiu debaixo de uma maldição, e tornou-se uma fera horrível, condenado a viver assim, recluso e odiado por todos, a não ser que ganhasse um beijo de amor verdadeiro. Um dia, aparece uma bela moça, a qual ele maltrata, mesmo a admirando e desejando, e no final, ela se apaixona por ele, dá-lhe um beijo de amor, e a maldição é quebrada. Todos os que viviam no castelo, e que também estavam amaldiçoados, e até as plantas e animais, voltam a desfrutar liberdade e alegria. A fera volta a ser um belo príncipe, que se casa com a Bela, e os dois são felizes para sempre.
O que teria acontecido se a Bela não tivesse aparecido? Ou se tivesse desistido de Fera, por causa de seu mau aspecto, e de sua brutalidade? O que seria de nós, se Jesus, nosso lindo Salvador, não tivesse aparecido em nossas vidas, ou se tivesse desistido de nós? Quantas vezes lhe demos razão para isto... nós éramos a Fera, e Jesus é nossa Bela. Ele veio até nós, e em nosso pior momento, quando estávamos debaixo de maldição, irreconhecíveis por causa do pecado, brutos e ignorantes, e nos amou! Seu toque de amor, seu beijo de salvação, sua vida derramada por nós finalmente nos libertou, e nos capacitou a voltar a ser príncipes e princesas de Deus, para sua glória! Aleluia!!!

Pr.Onésimo Ferraz e Renner Fidelis

Nenhum comentário:

Postar um comentário